Título: Ministros europeus pedem a gregos mais austeridade
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Fonte: O Estado de São Paulo, 04/10/2011, Economia, p. B3

Exigência saiu de reunião em Luxemburgo, depois de a Grécia admitir no domingo que não cumprirá metas fiscais

Os ministros de Finanças da zona do euro pediram na noite de ontem novas medidas de austeridade ao governo da Grécia e mais privatizações para tentar "tapar os buracos" nos orçamentos de 2013 e 2014.

O grupo, reunido em Luxemburgo, anunciou ainda o adiamento da decisão de liberar ou não a sexta parcela do pacote de socorro à Grécia no valor de 8 bilhões. No entanto, o chefe dos ministros de Finanças da região, Jean-Claude Juncker, assegurou que o país conseguirá "cumprir com suas obrigações".

Segundo os ministros, a liberação depende de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia (troica). Chegou a ser cogitado que essa decisão sairia no dia 13, mas Juncker descartou essa possibilidade porque até lá o relatório não estará pronto.

A ministra da Espanha, Elena Salgado, declarou que a Grécia pode aguentar até meados de novembro para receber a última parcela. "Fomos informados de que o país precisa do dinheiro a partir da segunda metade de novembro", afirmou a ministra no fim do encontro. As autoridades gregas haviam dito que o país só tinha fundos para pagar pensões e salários até outubro.

O encontro de ontem do Eurogrupo começou com a notícia de que a Grécia não cumprirá com a meta de déficit acertada com a troica. O comissário europeu para Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, confirmou a possibilidade de a Grécia não cumprir o acordo, mas não disse se poderá receber, assim mesmo, a parcela do pacote. O ministro grego, Evangelos Venizelos, tentou tranquilizar os mercados. "A Grécia é um país com dificuldades estruturais, mas não é o bode expiatório da zona do euro." / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS