Título: Paralisação dos bancários cresce e atinge 40% das agências
Autor: Rehder, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/10/2011, Economia, p. B7

Segundo dados dos sindicatos dos trabalhadores, o movimento atingiu 7.950 postos de trabalho em todo o País

Sem nova proposta dos bancos, bancários do setor público e privado entram hoje na segunda semana de greve nacional. Ontem, o movimento paralisou 7.950 agências e centros administrativos em todo o Brasil, 89,7% mais que no primeiro dia de greve (4.191 unidades). O levantamento, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) indica que o movimento atingiu 40% das cerca de 19,8 mil agências existentes em todo o País.

A categoria está em greve desde 27 de setembro, após rejeitar oferta de Federação Nacional dos Bancos (Febraban) de reajuste de 8%, que representa aumento real de 0,56% além da inflação de 7,4% acumulada nos últimos 12 meses.

Os trabalhadores querem reajuste de 12,8%, o que representa 5% de aumento real. Pedem ainda valorização do piso salarial, maior participação nos lucros e mais contratações, entre outras reivindicações.

A greve dos bancários fez aumentar a procura pelas casas lotéricas e pelos caixas eletrônicos ¿ alternativas para o pagamento de contas de telefone, água e luz, entre outras.

Para a Fenaban, "a greve ´" fora de propósito", e foi definida em meio ás negociações, sem que houvesse uma situação de impasse. A entidade alega ainda que não interrompeu as negociações, e que as conversas precisam continuar.

Já que o Comando Nacional dos Bancários, se reuniu ontem em São Paulo e decidiu orientar os sindicatos a intensificarem as ações para mobilizar os bancários e ampliar a greve em todo o País, uma vez que a Fenaban "permanece em silêncio".

"Mantemos nossa disposição de diálogo e, para tanto, o Comando Nacional está de plantão para retomar o processo de negociações com os bancos", afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional. "Queremos uma proposta decente para valorizar o trabalho dos bancários", ressaltou o sindicalista.

São 484 mil bancários no Brasil, dos quais 135 mil só na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.