Título: Fed pede aprovação do pacote fiscal de Obama
Autor: Netto, Andrei
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/10/2011, Economia, p. B4

Ben Bernanke pediu ao Congresso um corte mais profundo no déficit e medidas fiscais para impulsionar a retomada O Federal Reserve advertiu ontem o Congresso americano a aprovar o pacote fiscal de geração de empregos proposto pela Casa Branca. O banco central americano informou estar pronto para adotar novas medidas monetárias para estimular a economia ainda enfraquecida, passados três anos da pior crise financeira desde 1929. Porém, o presidente do Fed, Ben Bernanke, assinalou não serem as iniciativas "as panaceias para os problemas atualmente enfrentados pela economia dos EUA".

Diante de deputados e senadores do Comitê Conjunto de Economia do Congresso, Bernanke teve o cuidado de não mencionar explicitamente o pacote econômico do presidente americano, Barack Obama. Mas praticamente o detalhou na sua receita ao Congresso para colocar a economia no prumo. Bernanke pediu para os políticos agirem com prudência na área fiscal.

Primeiro, recomendou um corte no déficit público mais profundo do que o montante de US$ 1,5 trilhão, a ser detalhado por um supercomitê do Congresso até o fim de novembro.

Em seu plano, Obama propõe a redução adicional de US$ 1,4 trilhão até 2022, a ser obtido com o fim de benefícios fiscais para pessoas físicas e empresas de maior renda.

"Atingir esse objetivo (o corte de US$ 1,5 trilhão) seria um passo significativo. Entretanto, será necessário mais para se alcançar a sustentabilidade fiscal", afirmou Bernanke. "O orçamento federal claramente não está em um ritmo sustentável."

Segundo, o presidente do Fed receitou a adoção de medidas fiscais para dar impulso à economia em curto prazo, como também está previsto no pacote de Obama, e de uma reforma tributária, para sustentar o crescimento da atividade em médio e longo prazos. "Esses dois objetivos não são incompatíveis."

Apresentado no início de setembro, o projeto de Obama continua sem os votos necessários para ser aprovado no Senado, onde o Partido Democrata tem maioria. Na Câmara dos Deputados, dominada pela oposição republicana, o texto foi declarado morto logo ao ser protocolado. Obama, entretanto, espera vê-lo aprovado até o fim deste mês.