Título: Lupi e Panella já foram sócios em negócio no Rio
Autor: Dantas, Iuri ; Salomon, Marta
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/09/2011, Nacional, p. A4

O ex-chefe de gabinete do ministério, Marcelo Panella, é mais do que tesoureiro nacional do PDT. O homem que cuida do caixa do partido já foi sócio de Lupi num posto de gasolina em Nova Iguaçu (RJ). A sociedade chegou a ser registrada, mas o posto nunca saiu do papel, informaram Panella e Lupi. O cadastro do Auto Posto São Domingos e São Paulo Comércio e Representações Ltda na Receita Federal não está mais ativo.

A história dos negócios de Panella registra outros episódios curiosos. Pouco depois de ele deixar o cargo na Esplanada, o Diário de Justiça do Rio de Janeiro registrou o extravio de todos os documentos da empresa do tesoureiro, a Credcasa Empreendimentos e Administração Imobiliária Ltda., que administra terrenos em Nova Iguaçu, entre eles o que daria lugar ao posto de gasolina que não chegou a ser construído.

O documento registra o sumiço do livro-caixa e demais documentos fiscais, contábeis e trabalhistas da empresa de construção e incorporação entre 2005 e julho de 2011. Na maior parte desse período, Panella respondia pela chefia de gabinete de Lupi, em Brasília. Na quinta-feira, Panella disse ao Estado que ainda precisava conversar com o contador da Credcasa para entender o motivo do extravio, atribuído à mudança do endereço dos serviços contábeis.

A mudança de endereço de Panella mostra que a trajetória dos dois amigos voltou a coincidir. Lupi também aproveitou o aumento salarial que a presidente Dilma Rousseff e seu ministério receberam neste ano para "alugar um apartamento melhor" para receber sua família em Brasília. Dados do Portal da Transparência mostram que Lupi elevou de R$ 2.600 para R$ 6 mil o gasto mensal com aluguel em Brasília. Segundo ele, "o valor do auxílio moradia equivale a 25% do salário do funcionário público que tem direito" ao benefício. / M.S.