Título: Dilma sanciona lei que autoriza teles na TV paga
Autor: Paraguassu, Lisandra
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/09/2011, Negócios, p. B16

Presidente manteve pontos polêmicos da lei, como as cotas de conteúdo nacional e o poder de fiscalização dado à Ancine

A presidente Dilma Rousseff sancionou ontem, praticamente sem alterações, a lei que regulamenta o setor de TV paga no Brasil. A lei, que tramitou no Congresso durante anos, acaba com o limite de 49% imposto a empresas estrangeiras na TV a cabo e abre esse mercado às operadoras de telefonia, que antes tinham várias restrições para operar.

Dida Sampaio/AE-16/8/2011Restrição. Dilma vetou artigo que permitia às empresas cobrar pelo atendimento aos clientes A avaliação do governo é que, com essas mudanças, mais empresas passarão a oferecer o serviço. O aumento da competição pode, em tese, baixar os preços, que são ainda altos, e aumentar a cobertura do serviço, hoje restrito às cidades mais populosas. O governo espera, também, que o compartilhamento de infraestrutura entre TV a cabo e telefonia ajude a melhorar a qualidade dos serviços de internet banda larga.

A lei sancionada ontem deve estar publicada hoje no Diário Oficial da União, entrando em vigor imediatamente.

Pela nova lei, as emissoras terão de respeitar cotas de produção nacional em sua programação - serão três horas e meia de conteúdo nacional nos canais de filmes, séries e documentários. Além disso, nos pacotes de programação, um terço dos canais terão de ser nacionais. Esse artigo foi duramente criticado pelas empresas, que alegavam cerceamento do direito de decisão do consumidor. No entanto, a obrigatoriedade foi mantida.

Vetos. Apenas dois artigos foram vetados pela presidente. O primeiro deles previa que as próprias operadoras poderiam definir a classificação indicativa para seus programas, em uma espécie de autorregulação. Com o veto, o trabalho de definição das faixas etárias de cada programa continuará a ser feito pelo Ministério da Justiça.

O segundo artigo vetado autorizava as empresas a cobrar pelos serviços de atendimento telefônico ao consumidor, utilizando um número 0300. Com a interferência da presidente, o atendimento telefônico terá de ser gratuito.

Segundo avaliação de fontes do setor, a mudança do marco regulatório deverá acirrar a concorrência principalmente entre a operadora de TV paga Net e a operadora de telefonie Oi. Hoje, a Net tem forte presença nas capitais e grandes cidades.

Porém, nas áreas onde a Oi já possui rede de fibra óptica, por conta da telefonia, sua entrada no mercado de TV a cabo pode ser imediata. A Sky, líder absoluta no mercado de TV por assinatura via satélite, por sua vez, deverá sofrer com a concorrência das teles nas cidades do interior, onde hoje atua praticamente sozinha.

Outro movimento esperado pelo mercado é que, sem restrições ao capital estrangeiro, o mexicano Carlos Slim assuma o controle da Net, da qual já detém 49%. Assim, a Net poderia ser integrada à Embratel e à Claro, o que permitirá fazer a oferta do chamado "quadriplay", ou seja, telefonia fixa, móvel, banda larga e TV a cabo, concorrendo diretamente com a Oi.

No início deste mês, a Associação Brasileira de Programadores de TV por Assinatura (ABPTA) encaminhou uma carta a Dilma, criticando pontos no texto aprovado pelo Senado. Entre eles, a cota de programação nacional e as novas atribuições da Agência Nacional do Cinema (Ancine) que, no entender da entidade, "está sendo alçada à condição de agência reguladora de uma atividade que não se caracteriza como um serviço público e que não está sujeita a outorgas". / COLABORARAM: KARLA MENDES E EDUARDO RODRIGUES

PRINCIPAIS MUDANÇAS

Abertura do mercado

As concessionárias de telefonia, hoje impedidas de operar TV a cabo em suas áreas de concessão, perderão essa limitação. Da mesma forma, as empresas de capital estrangeiro poderão controlar empresas de TV a cabo, o que hoje é vetado - essa limitação, porém, não se aplicava às outras modalidades de TV paga, como satélite e micro-ondas

Política de cotas

Será obrigatória a transmissão de três horas e meia de conteúdo nacional nos canais de filmes, séries e documentários. Nas grades de programação, um terço dos canais terá de ser nacional

Fiscalização

A Ancine ganha poderes para fiscalizar o cumprimento das cotas de conteúdo nacional

Siga o @economia_estado no Twitter + ECONOMIA --------------------------------------------------------------------------------

--------------------------------------------------------------------------------

13:25 SPC Brasil: vendas do Dia das ... 13:15 FGV: indicador de difusão do IPC-S ... 12:53 Lupi: governo Dilma criou 2 milhões ... 12:46 Bovespa recebe R$ 101,7 mi de capital ... 12:41 Cias. dos EUA estão pouco expostas a ... 12:33 Aportes em previdência privada sobem 21,9% ... 11:55 Lucro do Wells Fargo fica US$0,01 abaixo ... 11:54 Lucro do Citigroup sobe no 3o trimestre 11:52 Siderúrgicas chinesas renegociam preço ... 11:51 Em 3 dias, Apple vende mais de 4 milhões ...

--------------------------------------------------------------------------------

+ COMENTADAS + LIDAS 01 Movimento `Ocupar Wall Street¿ se espalha dos...02 Assalariados pagam mais IR que os bancos...03 Montadoras vão somar um Canadá à produção...04 Movimento vai pressionar pela queda do juro...05 MP da desoneração vai elevar imposto...06 Bancários fecham acordo que pode acabar com...07 G-20 promete apoio a bancos e plano...08 Sobrou para o Itamaraty a tarefa de...09 CVM investiga movimentação atípica do mercado na...10 Bancos públicos ignoram efeitos da crise e...01 `Não me vejo na propaganda da Gisele¿ 02 Morre Steve Jobs, fundador da Apple 03 Net, Claro e Embratel integram serviços 04 Nota Fiscal Paulista: consulta de créditos está liberada 05 Nova classe média gasta mais com serviços 06 Preço do m² dos apartamentos sobe em setembro 07 Biógrafo equipara Jobs a Edison e Ford 08 PF faz megaoperação contra crimes tributários 09 Das dez maiores marcas, sete são de tecnologia 10 Bill Gates lamenta morte de Steve Jobs --------------------------------------------------------------------------------