Título: Bovespa vai fazer pacote de ações para vender no exterior
Autor: Valle, Sabrina
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/10/2011, Economia, p. B8

Chamado de BEI, o novo produto terá como objetivo atrair o varejo internacional para a Bolsa brasileira

O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, informou ontem que já tem nome do novo produto que está sendo desenvolvido pela Bolsa e que levará ações de empresas brasileiras a terminais de vários países do mundo. O sistema será chamado de BEI, sigla em inglês para Investimento Fácil no Brasil. "Nosso grande objetivo é trazer o varejo internacional para essa operação", disse.

Edemir Pinto afirmou que a plataforma, desenvolvida junto com uma empresa americana, vai começar a ser testada no início de 2012 e deve ficar operacional para todo o mercado internacional, provavelmente, no fim do primeiro trimestre do ano que vem.

O produto está desvinculado da aliança de bolsas emergentes anunciada ontem, explicou. Edemir disse que o objetivo é colocar as ações de todas as empresas listadas na Bolsa brasileira "nos quatro continentes", para que investidores estrangeiros negociem no Brasil, mas na moeda local do país de origem. O acesso ao terminal está sujeito aos acordos, com redes mundiais, que estão sendo costurados pela Bolsa.

"Quem tiver o terminal das redes com as quais estamos fazendo acordo vai poder ter, no seu terminal, todos os papéis brasileiros." Edemir explicou que, com um clique, serão feitas três operações conjuntamente. Em primeiro lugar, o investidor comprará uma ação no Brasil. Em segundo, a aquisição será feita na moeda local do investidor estrangeiro, com a participação de bancos que farão a transação de câmbio. No caso do Brasil, os bancos que trabalham com a Bolsa para desenvolver o BEI são Bradesco, Itaú, HSBC, Citibank e Santander. "Em terceiro, estão a corretagem e a custódia do papel no Brasil", afirmou. "São três operações em uma, num único clique, em frações de segundo"

Edemir Pinto disse que a BM&FBovespa está trabalhando junto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e com a Receita Federal para minimizar a burocracia da entrada dos pequenos, médios e grande investidores no Brasil. A ideia é agilizar e simplificar o cadastramento das contas. / S. V.