Título: Desaceleração da economia foi 'programada', afirma Mantega
Autor: Graner, Fabio
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/10/2011, Economia, p. B1

Para ministro da Fazenda, atividade econômica voltará a ganhar força quando o governo quiser

Protagonista da mais forte desaceleração entre 35 países analisados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) nos últimos 12 meses, o Brasil reacelera quando o governo quiser. É o que garante o ministro da Fazenda. Guido Mantega.

Para ele, a perda de ritmo da atividade econômica é fruto das medidas prudenciais, como a alta dos juros no início do ano, e não vão impedir que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça entre 3,5% e 4% em 2011.

Mantega não respondeu quando questionado se a desaceleração registrada havia sido muito maior que o esperado. Em lugar de um "sim" ou "não", respondeu que "a desaceleração foi programada". "No início do ano, todo mundo dizia que a atividade estava muito aquecida. O governo tomou varias iniciativas no sentido de atenuar, mesmo porque estávamos num cenário inflacionário. No segundo e no terceiro trimestre, houve uma desaceleração da atividade."

Meta. Mas, garante o ministro, a atividade vai acelerar no quarto trimestre. "Acredito que, a partir de outubro, já tenhamos uma aceleração do nível de atividade, de modo que possa ir para um nível de PIB entre os 3,5% do Banco Central e os 4% da Fazenda, que estamos trabalhando."

Para Mantega, ainda é possível crescer 4%, meta que o governo "vai continuar perseguindo". "A economia brasileira tem condições de acelerar se o governo quiser. Nós temos controle do nível da atividade. Desaceleramos a economia e podemos acelerá-la", assegurou.

Segundo o ministro, nem mesmo o cenário internacional adverso perturba o objetivo de voltar a crescer ao ritmo de 5% a partir de 2012, embora o governo não veja a necessidade de ir além de "alguns ajustes" para atingir o objetivo. "Não tem nada fora de controle na economia brasileira", afirmou o ministro.