Título: Acesso ao crédito dificulta expansão do comércio, diz pesquisa
Autor: Graner, Fabio
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/10/2011, Economia, p. B1

Índice de confiança do comércio apresenta leve recuo, mas cresce a percepção em relação à dificuldade do crédito

O difícil acesso ao crédito e os altos custos dos financiamentos têm limitado a expansão do comércio no País, de acordo com sondagem do setor elaborada pelo Banco Central em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os primeiros dados da pesquisa lançada ontem mostraram que desde maio deste ano o chamado Índice de Confiança do Comércio (Icom) está em níveis inferiores aos de 2010.

De acordo com o documento, o indicador caiu 1,6% no terceiro trimestre deste ano em relação aos mesmos meses de 2010. Ainda assim, o resultado apresentou relativa melhora quando comparado ao período de junho a agosto, que apontava queda de 2,7% ante 2010.

"Existe a possibilidade de o comércio estar passando por momento de aceleração, porque a queda em relação a 2010 diminuiu. No entanto, esse movimento ainda não é disseminado, porque, dos 17 segmentos pesquisados em setembro, houve melhora em nove e piora em oito", disse o coordenador de sondagens da FGV, Aloísio Campelo.

Caro e difícil. Na avaliação dos empresários do varejo e do atacado, o crédito ficou mais caro e difícil. Em setembro, 8,5% dos entrevistados disseram que a obtenção do crédito ficou mais complicada. Em agosto, 6,9% tinham essa opinião e, em setembro do ano passado, essa era a resposta de apenas 4,4% deles.

Já o custo financeiro foi o principal limitador da melhoria dos negócios, apontado por 11,6% dos entrevistados. Há um ano, apenas 2,8% deles deram essa resposta. A demanda insuficiente foi indicada por 11,1%, ante 4,4% em setembro de 2010.

"O desempenho do comércio vem ocorrendo dentro daquilo que se esperava para o setor, respondendo, inclusive, às medidas implementadas no início do ano", avaliou o chefe do departamento econômico do Banco Central, Túlio Maciel. Ele destacou, no entanto, que, apesar da redução da confiança em relação a 2010, o otimismo do setor continua elevado.