Título: Meio ambiente influencia progresso
Autor: Formenti, Lígia
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/11/2011, Vida, p. A19

Países com IDH baixo são mais vulneráveis aos problemas ambientais, como poluição do ar

Todo o progresso no desenvolvimento humano alcançado nas últimas décadas poderá ser perdido caso medidas de sustentabilidade ambiental não sejam colocadas em prática, afirma o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Relatório divulgado ontem calcula que, se nada for feito, o IDH em 2050 será 8% menor do que a evolução natural garantiria. No sul da Ásia e na África Subsaariana, o impacto seria ainda mais severo: o crescimento seria 12% menor do que o esperado.

Os efeitos de problemas ambientais no desenvolvimento humano ocorrem de diversas formas. Numa frente, consequências do aquecimento global, como escassez de água, levaria a um aumento significativo no preço dos alimentos no mundo. Pelos cálculos do PNUD, numa faixa que variaria entre 30% e 50%.

Os reflexos também seriam sentidos na saúde e educação. Em todas as áreas o impacto seria mais severo entre os mais pobres. Um exemplo: poluição do ar mata 11 vezes mais pessoas que vivem em países com IDH baixo do que aquelas que vivem em outros países.

Além das advertências, o relatório descreve uma série de sugestões. A começar por um "pensamento mais arrojado", principalmente às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Entre as sugestões está um imposto sobre transações monetárias para aumentar financiamento de ações que garantam um novo modelo de desenvolvimento e, principalmente estratégias de baixas emissões. Uma taxa de 0,005%, de acordo com relatório, poderia gerar receitas suplementares de US$ 40 bilhões.

Além do imposto, ele sugere parcerias público-privadas e um sistema de monitoramento das políticas. No relatório, o PNUD apresenta uma avaliação da situação ambiental de países, com taxas das emissões de gases efeito estufa per capita, poluição urbana e desflorestamento. / LÍGIA FORMENTI, LISANDRA PARAGUASSU E RAFAEL MORAES MOURA.