Título: Na Colômbia, Farc anunciam um novo líder
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Fonte: O Estado de São Paulo, 16/11/2011, Internacional, p. A11

Timochenko, o mais antigo integrante do grupo, substituirá Alfonso Cano, morto pelo Exército

BOGOTÁ - As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram ontem que Timoleón Jiménez, conhecido como "Timochenko", é o novo líder supremo da guerrilha. Ele será o sucessor de Alfonso Cano, morto há duas semanas em uma operação do Exército colombiano.

Efe/TelesurRodrigo Londoño Echeverri 'Timochenko' assume liderança das Farc Timochenko, cujo verdadeiro nome é Rodrigo Londoño, tem 52 anos e é o integrante mais antigo da guerrilha. Entrou para as Farc em 1982 e logo fez parte do secretariado. Hoje, lidera mais de 800 homens na região da fronteira com a Venezuela. Em nota, as Farc disseram que a escolha de Timochenko - realizada no dia 5, um dia após a morte de Cano - foi unânime.

O novo líder das Farc era próximo de Cano e do fundador da guerrilha, Manuel Marulanda, o "Tirofijo", que morreu de causas naturais em 2008. Foi Timochenko que anunciou a morte do criador das Farc e a consequente designação de Cano.

Autoridades dizem que o novo líder do grupo é o responsável pelas operações de inteligência da guerrilha. Sua escolha seria ainda uma tentativa de passar uma mensagem de confiança para a base guerrilheira após a morte de Cano, ideólogo do grupo e primeiro líder supremo da guerrilha morto por militares.

Médico de formação, Timochenko recebeu treinamento militar na União Soviética durante a Guerra Fria antes entrar para a guerrilha colombiana. Nos últimos anos, Bogotá disse ter informações seguras de que Timochenko vivia entre a Colômbia e a Venezuela.

A escolha do novo líder, entretanto, não deve mudar os rumos da guerrilha. Para o analista Alfredo Rangel, o grande desafio de Timochenko não será negociar a paz, mas manter a coesão interna. "Ele não é uma das figuras mais carismáticas das Farc. Foi um obscuro burocrata do grupo, no comando estratégico, com pouca participação nas discussões políticas", disse. / REUTERS