Título: IBGE enfrenta dificuldade para obter nº confiável
Autor: Leal, Luciana Nune
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/11/2011, Vida, p. A26

Inclusão no Censo de perguntas sobre mortes nas famílias deve reverter quadro, mas resultado levará anos

Estudo sobre mortalidade publicado pelo IBGE em dezembro passado chamou atenção para a dificuldade de obter números de óbitos confiáveis. Responsável pela divulgação anual dos indicadores sociais e organizador do Censo a cada dez anos, o instituto destacou que, embora o sistema de informações do Ministério da Saúde e as estatísticas do registro civil venham melhorando, "a dificuldade de mensuração direta das taxas de mortalidade, particularmente nos primeiros anos de vida, permanece um desafio" a ser superado.

"Isso é necessário para que o País disponha de indicadores internacionalmente comparáveis. Ainda persistem cemitérios clandestinos, o que impede o conhecimento do real número dos óbitos", diz a publicação.

Com a inclusão de perguntas sobre mortes nas famílias no Censo 2010, o IBGE pretende ir além das informações dos cartórios e do governo, mas será preciso criar uma série histórica que permita comparações ano a ano.

O levantamento não informou o número de bebês vivos nascidos de agosto de 2009 a julho de 2010, por isso não é possível calcular a taxa de mortalidade infantil desse período.

Dados oficiais mais recentes de mortalidade infantil apontam 22 mortes de bebês de até 1 ano por mil nascidos vivos, em 2009. Em 1980, a taxa era de 69 bebês mortos por mil nascidos vivos. Os números de 2010 serão divulgados até o fim do ano.

O estudo mostrou o Brasil em 22.º lugar entre 29 países, na comparação de taxa de mortalidade infantil. O País está atrás de Chile (7 bebês mortos por mil nascidos vivos), Argentina (13,4 por mil), México (16,7 por mil) e Venezuela (17 por mil). / L.N.L.