Título: Manifestantes vão para a Bolsa de NY
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Fonte: O Estado de São Paulo, 17/11/2011, Economia, p. B14

Rua que batizou movimento é o novo alvo

No aniversário de dois meses do movimento, o Ocupe Wall Street pretende hoje, pela primeira vez, ocupar a rua que deu nome ao grupo na área ao redor da Bolsa de Valores de Nova York. A ação foi anunciada um dia depois de a polícia da cidade ter desmantelado o acampamento dos ativistas no Zuccotti Park, em Manhattan.

Apesar de não ter autorização da polícia, o movimento disse em comunicado oficial que realizará atos no metrô e na ponte do Brooklyn. Segundo o Ocupe Wall Street, manifestações similares devem ocorrer em outras 30 cidades dos Estados Unidos. O objetivo dos ativistas é não perder o momentum do movimento, que sofreu uma derrota depois da decisão do prefeito Michael Bloomberg de desalojar os manifestantes. Ontem, apesar da chuva, eles se revezavam em turnos na praça. Mas não podiam levar sacos de dormir ou montar tendas.

Segundo os organizadores do Ocupe Wall Street, que não tem líderes, os ativistas se revezarão em turnos de oito horas no Zuccotti Park mesmo durante o frio do inverno de Nova York. O objetivo é manter pelo menos uma ocupação simbólica do local. "Nós nos reuniremos às 7h da manhã para, antes do toque do sino (da Bolsa de Valores), confrontar Wall Street com a história das pessoas na vanguarda da injustiça econômica", disse comunicado da organização distribuído a jornalistas por meio de e-mail.

Por vota das 15h, os manifestantes disseram que "vão contar essas mesmas histórias em 16 estações centrais de metrô" de Nova York. Às 17h, "nos reuniremos diante da prefeitura e marcharemos pela ponte do Brooklyn carregando luzes para defender a democracia", acrescentou o movimento. Na operação para a retirada dos manifestantes, mais de 70 pessoas foram presas pela polícia, que desmontou o acampamento. O Ocupe Wall Street acusa os policiais de não respeitarem as mulheres que foram detidas. Além disso, os ativistas reclamam que uma série de pertences, incluindo 5 mil livros, sumiram. A polícia afirma que todos estão em um depósito e podem ser retirados.