Título: Moody's pode rebaixar 87 bancos europeus
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Fonte: O Estado de São Paulo, 30/11/2011, Economia, p. B9

Agência atribui revisão às dificuldades dos governos da região; maioria das instituições ameaçadas é da Espanha, Itália, Áustria e França

Um dia depois de anunciar que poderia rever a nota de todos os países da zona do euro, a agência de classificação de risco Moody's informou ontem que está revisando dívidas de 87 bancos europeus para possível rebaixamento.

A agência diz que, com a crise no bloco europeu, os governos da região estão tendo dificuldades para dar suporte aos bancos em questão. Segundo um comunicado, a baixa se refere ao rating da dívida subordinada, incluindo de curto e longo prazos.

A maioria dos bancos ameaçados é da Espanha, Itália, Áustria e França. No caso espanhol, podem ser rebaixados o BBVA, Banco CAM, Banco Cooperativo Espanhol, Banco de Valência, Banesto, BFA, Banco Pastor, Banco Popular, Banco Sabadell, Banco Santander, Bankia, Bankinter, BBK, CaixaBank, La Caixa, Caja España de Inversiones, Salamanca e Soria, Catalunya Banc, Ibercaja Banco, Liberbank, NCG Banco e Unicaja.

Além desses, estão suscetíveis a um rebaixamento entidades da Itália (17), Áustria (9), França (7), Holanda (6), Noruega (5), Suécia (4), Bélgica (3), Finlândia (3), Luxemburgo (3), Chipre (2), Eslovênia (2), Portugal (2), Suíça (2) e Polônia (1).

No comunicado, a Moody's afirma que, como consequência das limitações financeiras e mudanças de governo, o apoio "sistêmico" à questão da dívida na Europa é "cada vez mais imprescindível". "Os políticos responsáveis estão cada vez menos dispostos e/ou limitados em seu apoio a todas as classes de credores, particularmente para os detentores da dívida subordinada", acrescenta a agência.

Ainda ontem, a Fitch rebaixou os ratings de dois bancos de médio porte da Itália.

América Latina. A tomada de novos riscos pode afetar a estabilidade de bancos da América Latina, que se fortaleceram nos últimos anos ao cobrar altas taxas de juros e entrar lentamente no financiamento de investimentos e crédito habitacional, disse ontem o Banco Mundial.

Os bancos da região devem cautelosamente se expandir em áreas como a de inclusão financeira - na qual atraem clientes que não utilizam bancos - e no financiamento para pequenas empresas e compradores de casas, afirmou o Banco Mundial em um relatório.

Os países devem aumentar a fiscalização dos bancos, reforçar os direitos dos mutuários e desenvolver ferramentas melhores para financiar investimentos de longo prazo, acrescentou a entidade. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS