Título: Acesso a dados públicos exige nova cultura
Autor: Gallo, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/12/2011, Nacional, p. A9

Reunidos em São Paulo em seminário sobre acesso à informação pública, integrantes do Brasil e de outros países, professores, representantes dá mídia, da Unesco e de entidades que lutam por transparência afirmaram ontem que o Brasil precisa de uma mudança de cultura para que a recém-aprovada Lei de Acesso à Informação funcione adequadamente.

Sancionada há 18 dias, a lei, que muda a forma como os três poderes da União, dos Estados e dos municípios liberam informações públicas, tem seis meses para entrar em vigor.

A diretora de Prevenção e Corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU), Vânia Vieira, sustentou que, além dos desafios que terá com custos, montagem de estrutura e aprimoramento dos processos de gestão de informação, o Brasil precisará capacitar os agentes públicos para que mudem a forma como encaram a lei e participem adequadamente do processo.

Ela antecipou conclusões de uma pesquisa sobre o tema que será divulgada na quinta-feira. "Os servidores públicos reconhecem o direito de acesso à informação, estão dispostos a contribuir para a implantação, mas quando a gente começa a fazer perguntas específicas, algumas resistências começam a aparecer", disse. "Muitos servidores ainda entendem equivocadamente que os cidadãos só têm direito a pedir as informações que lhe dizem respeito direto e imediato. E acham que só as chefias podem autorizar o acesso." Vânia entende que o País deverá demorar mais do que os 180 dias previstos em lei para se adaptar.

Constranger. O comissário de informação da Escócia, Kevin Dunion, afirmou que o teste para que o País saiba se a lei se tornará bem sucedida será a "capacidade de constranger as maiores autoridades" e não apenas "agentes públicos de menor poder".

Autoridade máxima em transparência em seu país, Dunion só pode ser destituído por dois terços de votos do Legislativo. Também no México um órgão independente dita o processo - o país estava representado pela diretora-geral de Políticas de Acesso à Informação e Proteção de Dados (IFAI), Gabriela Segovia.

FERNANDO GALLO - O Estado de S.Paulo

Reunidos em São Paulo em seminário sobre acesso à informação pública, integrantes do Brasil e de outros países, professores, representantes dá mídia, da Unesco e de entidades que lutam por transparência afirmaram ontem que o Brasil precisa de uma mudança de cultura para que a recém-aprovada Lei de Acesso à Informação funcione adequadamente.

Sancionada há 18 dias, a lei, que muda a forma como os três poderes da União, dos Estados e dos municípios liberam informações públicas, tem seis meses para entrar em vigor.

A diretora de Prevenção e Corrupção da Controladoria-Geral da União (CGU), Vânia Vieira, sustentou que, além dos desafios que terá com custos, montagem de estrutura e aprimoramento dos processos de gestão de informação, o Brasil precisará capacitar os agentes públicos para que mudem a forma como encaram a lei e participem adequadamente do processo.

Ela antecipou conclusões de uma pesquisa sobre o tema que será divulgada na quinta-feira. "Os servidores públicos reconhecem o direito de acesso à informação, estão dispostos a contribuir para a implantação, mas quando a gente começa a fazer perguntas específicas, algumas resistências começam a aparecer", disse. "Muitos servidores ainda entendem equivocadamente que os cidadãos só têm direito a pedir as informações que lhe dizem respeito direto e imediato. E acham que só as chefias podem autorizar o acesso." Vânia entende que o País deverá demorar mais do que os 180 dias previstos em lei para se adaptar.

Constranger. O comissário de informação da Escócia, Kevin Dunion, afirmou que o teste para que o País saiba se a lei se tornará bem sucedida será a "capacidade de constranger as maiores autoridades" e não apenas "agentes públicos de menor poder".

Autoridade máxima em transparência em seu país, Dunion só pode ser destituído por dois terços de votos do Legislativo. Também no México um órgão independente dita o processo - o país estava representado pela diretora-geral de Políticas de Acesso à Informação e Proteção de Dados (IFAI), Gabriela Segovia.