Título: Haddad diz que deixa o MEC nas próximas semanas
Autor: duailibi, Júlia
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/12/2011, Nacional, p. A10

Em solenidade em Brasília, ministro elogia a própria gestão mas avisa que só sai quando a presidente determinar

Com o ano eleitoral de 2012 no horizonte, o ministro da Educação, Fernando Haddad, fez um discurso de despedida ontem, durante a entrega do 5.º Prêmio Professores do Brasil, em Brasília. O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo anunciou que sai do Ministério da Educação (MEC) "nas próximas semanas", sem fixar uma data.

Setores do PT desejavam que Haddad já saísse da Esplanada para se dedicar à campanha, mas a presidente Dilma Rousseff pediu que ele ficasse no cargo, evitando, assim, mexer no complicado tabuleiro da reforma ministerial ainda neste ano.

"Estou há oito anos no MEC, estou deixando (a pasta) nas próximas semanas e posso dizer a vocês que foi a fase mais gratificante da minha vida verificar esse despertar, não só dos educadores que sempre valorizaram a sua profissão, mas o despertar dos não educadores, que têm outras profissões, atuam em outras áreas, o despertar da nossa nação, requisito indispensável para o nosso desenvolvimento sustentável", discursou o ministro.

Questionado por jornalistas após a cerimônia, ele disse que ainda não definiu uma data para deixar o ministério.

"Não tenho a data, estou trabalhando com o mês de janeiro, estou subordinado a uma decisão da presidenta e vou respeitar o calendário que ela estabelecer", explicou.

Desconhecidos. Na avaliação de Haddad, os números da última pesquisa Datafolha apontam que os pré-candidatos à Prefeitura paulistana ainda são pouco conhecidos e que "há um sentimento pela mudança" entre os moradores de São Paulo.

"Vamos apresentar o programa de governo com nosso cabo eleitoral (o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva), sintonizado com esse sentimento", disse.

O ministro aparece na pesquisa com intenções de voto que variam de 3% a 4%, dependendo do cenário. Segundo o levantamento, 48% dos eleitores informaram que poderiam votar em um candidato indicado por Lula.

Questionado se poderia repetir em São Paulo o desempenho nacional da presidente Dilma Rousseff - que era pouco conhecida pelo eleitorado, até a sua imagem ser divulgada e associada à de Lula - o ministro respondeu: "Ainda está muito cedo para dizer".

No discurso pela entrega do prêmio, Haddad festejou "uma década boa que se encerrou em 2010" e acrescentou: "Vamos em algum momento olhar esse período e reconhecer o despertar do Brasil para a educação". O petista destacou ainda o "bom momento de recuperação do sistema educacional" e cutucou seus antecessores, dizendo que antes "o Brasil não se dedicou à educação como deveria".

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