Título: Lixo hospitalar voltará para os EUA
Autor: Lacerda, Angela
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/12/2011, Vida, p. A20

Contêineres com 46 t de lençóis sujos de sangue foram apreendidos em porto de PE

Os dois contêineres com 46 toneladas de lixo hospitalar interditados e lacrados desde os dias 11 e 13 de outubro pela Receita Federal no Porto de Suape, região metropolitana do Recife, quando chegaram dos Estados Unidos, serão devolvidos ao país de origem em janeiro. A empresa Na Intimidade, com sede em Santa Cruz do Capibaribe (PE), que importava o material para fazer forro de bolso, será responsável pela devolução e pelos custos.

A informação foi divulgada ontem pela Alfândega da Receita Federal, que autorizou a devolução. A legislação brasileira prevê a destruição de carga irregular.

Nesse caso, a irregularidade estava registrada na divergência entre o conteúdo declarado - "tecidos de algodão com defeito" - e a mercadoria importada, lençóis sujos com manchas características de sangue e dejetos biológicos com logomarca de vários hospitais norte-americanos em meio aos quais e encontravam seringas, cateteres e luvas usadas.

Como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em Pernambuco exigia a devolução da mercadoria, o dono da Na Intimidade, Altair Teixeira de Moura, foi notificado.

O procedimento precisou ser negociado com os Estados Unidos, por meio do Ministério das Relações Exteriores.

Em nota, a Receita Federal afirmou que a devolução contou com a concordância da Polícia Federal, responsável pelo inquérito que investiga o caso, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal em Pernambuco e tem o apoio do Departamento de Segurança Interna, dos EUA.

Os contêineres devem ser embarcados no navio Cap Henvi no próximo dia 7 e devem chegar aos EUA em oito dias. A Hamburg Sud, a mesma empresa que transportou a carga, também fará a devolução.

Laudos. Amostras do material dos dois contêineres e também de 25 toneladas de lençóis importados que foram interditados nas unidades da Na Intimidade foram encaminhados para análise no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília. Os resultados dos laudos serão divulgados ao final do inquérito.

O inquérito aberto para investigar o caso, agora tocado pela Polícia Federal, só deverá ser concluído em janeiro. A polícia federal norte-americana (FBI) auxilia a PF com informações sobre a empresa exportadora, a Texport Inc.