Título: Gabrielli deve assumir uma secretaria na Bahia
Autor: Torres, Sergio ; Valle, Sabrina
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/01/2012, Economia, p. B1
Após deixar a Petrobrás, atual presidente vai fazer parte da equipe do governador Jacques Wagner
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), confirmou ontem, em entrevista à TV Aratu, afiliada do SBT no Estado, que espera que o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, integre sua equipe de governo, após a saída da presidência da companhia.
O executivo telefonou para o governador por volta das 10 horas de ontem para informar oficialmente que deixaria o comando da estatal no início de fevereiro (no dia 12 ou 13), dando lugar a Maria das Graças Foster, hoje diretora da Área de Negócios de Gás e Energia da Petrobrás.
"Eu o convidei para integrar meu governo e ele aceitou de primeira", disse Wagner. "Claro que não entramos na conversa sobre pastas, mas eu teria muito orgulho em tê-lo na equipe de governo."
Sobre a saída de Gabrielli da presidência da Petrobrás, o governador considerou que "é sempre bom fazer uma renovação, uma oxigenação".
"Ele assumiu há seis anos e sete meses, foi o presidente (da estatal) que mais durou no cargo, fez uma carreira reconhecida internacionalmente à frente da maior empresa brasileira", lembra. "Isso mostra que tanto o presidente Lula quanto a presidente Dilma reconhecem a qualificação desse quadro."
As especulações indicam que o executivo deve ter como destino a Secretaria da Fazenda da Bahia - o atual secretário, Carlos Martins, vai se afastar para disputar a prefeitura de Candeias, na região metropolitana de Salvador -, ou a de Indústria, Comércio e Mineração ou, ainda, a do Planejamento.
As duas últimas pastas seriam desocupadas depois de um remanejamento de secretários do governo do Estado, a partir da saída de Martins do governo.
Sucessão estadual. Wagner tem dito que Gabrielli é "um nome à altura" para disputar sua sucessão. Seria a segunda vez que o presidente da Petrobrás concorreria ao governo baiano, na primeira, em 1990, ele não figurou entre os principais concorrentes no pleito vencido em primeiro turno por Antônio Carlos Magalhães (do então PFL, atual DEM).
Para o governador, porém, é necessário que Gabrielli esteja no Estado para concorrer ao posto. "Ele tem de estar aqui, participar do governo, do dia a dia, estreitar relações com a sociedade e com o partido", disse durante um jantar com a imprensa, promovido em dezembro.
Apesar de Wagner continuar dizendo que está cedo para definir quem seria seu favorito à sucessão - "primeiro temos de passar por 2012", diz -, os dois postulantes mais cotados, dentro do governo, já estão definidos: além de Gabrielli, o governador tem simpatia pelo deputado Rui Costa, que assumiu, este mês, a Secretaria da Casa Civil.