Título: Setor deve viver onda de consolidação nos próximos anos
Autor: Gonçalves, Glauber
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/01/2012, Negócios, p. B9

Hoje, as cinco maiores empresas do setor têm 15% do mercado; entre as mineradoras, gigantes somam 80%

O baixo índice de concentração da produção de aço no mundo deve impulsionar um movimento de consolidação no setor, com um incremento das operações de fusão e aquisição. Enquanto que, no segmento de minério de ferro, cinco empresas detêm mais de 80% do mercado, na siderurgia mundial o mesmo número de companhias responde por cerca de 15%, estima o presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo de Melo Lopes.

"É legítimo imaginar que um setor que não tem um grau de concentração tão grande como os outros segmentos - de fornecedores ou de consumidores - também avance nesse sentido. É uma forma de concentrar escala", avalia Lopes. "A capacidade de produção dos grandes grupos era de 40 milhões ou 50 milhões de toneladas por ano, até o advento da ArcelorMittal, gigante que foi para um patamar de 110 milhões de toneladas."

A perspectiva é de que com a mudança em alguns fundamentos do mercado, como a elevação do patamar dos preços do carvão e do minério de ferro, matérias-primas para a fabricação do aço, as siderúrgicas busquem formas de reduzir os custos.

"A tendência é de haver consolidações, primeiramente entre siderúrgicas e, mais à frente, inclusive de ativos de siderúrgicas com os de mineração", avalia o analista Pedro Galdi, da corretora SLW. O movimento de verticalização vem se intensificando no Brasil ao longo dos últimos anos. Um dos exemplos é a Usiminas, que vem apostando mais em mineração. Esse segundo movimento de consolidação, porém, deve ser mais lento, uma vez que não há muitas minas disponíveis atualmente.

Instalação. Na opinião do especialista em siderurgia Germano Mendes de Paula, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no entanto, a entrada de outros grupos produtores de aço no Brasil se dará mais pela instalação de novas unidades do que pela compra de participações em empresas nacionais. "À primeira vista, os investimentos em novas plantas parecem ser a tendência predominante", avalia. / G.G.