Título: Embaixador nega mal-estar com EUA após visita a Cuba
Autor: Furtado, Ingred
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/02/2012, Nacional, p. A7

O embaixador do Brasil nos EUA, Mauro Vieira, negou que exista algum mal-estar nas relações entre Brasília e a Casa Branca em consequência da visita e do apoio da presidente Dilma Rousseff a Cuba. "Lidamos com relações de Estados, o que independe de ideologia. O Brasil sempre acompanhou de perto o que ocorre em Cuba e, por isso, mantemos bons relacionamento", disse o diplomata ontem, em Houston, num encontro na Rice University.

As relações entre os dois países não ficam abaladas, garantiu Vieira, "mesmo com o apoio financeiro e tecnológico de Dilma a Cuba". Ele lembrou que o Brasil, juntamente com a Espanha, "está prospectando petróleo em Cuba e colaborando em diferentes áreas". O embaixador disse não acreditar em sanções, "pois sanções funcionam apenas para o governo" e quem sofre "são os mais desprivilegiados". O apoio a Cuba "não representa nenhum risco para o relacionamento com os EUA", acrescentou, lembrando que Dilma visitará os EUA nos próximos meses.

O embaixador também acredita que, vença um democrata ou um republicano, nas eleições de novembro, a relação entre Brasil e EUA continuará confortável.

Autonomia. Em Brasília, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, defendeu ontem, no programa Bom Dia, Ministro, a posição de Dilma a respeito de direitos humanos. "A presidente respeita o povo cubano como respeita outros povos, tem de respeitar autonomia", insistiu Carvalho, na contramão do que afirmaram entidades internacionais, como informou ontem o Estado.

Para o ministro, Dilma citou Guantánamo ao falar do tema, pois "é importante lembrar que há um grande enfoque da questão dos direitos humanos apenas em um país como Cuba e ela lembrou que na própria ilha de Cuba há um pedaço do território que é usado pelos EUA, onde a violação dos direitos humanos é histórica". / COLABOROU RAFAEL MORAES MOURA