Título: Com plano ambicioso, Ramada chega a SP
Autor: Rodrigues, Alexandre
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/01/2012, Negócios, p. B10

Rede americana substitui Blue Tree nos Jardins e quer abrir mais 9 hotéis até 2014

O grupo hoteleiro Wyndham acabou de fincar a sua bandeira Ramada em São Paulo, acelerando sua ofensiva no mercado brasileiro. Por meio da brasileira Vert Hotéis, da empresária Érica Drumond, o grupo americano converteu nesta semana um empreendimento de 64 quartos na Alameda Santos, nos Jardins.

O hotel que vinha sendo operado sob a bandeira Blue Tree Premium passará a se chamar Ramada Alameda Hotel & Suites, o segundo da rede no País.

Para Érica, o negócio, fechado entre a Vert e a Capcana, empresa proprietária do edifício, constitui a espinha dorsal do plano de consolidação no País da marca Ramada, popular nos Estados Unidos por seu programa de fidelidade. O objetivo é levantar R$ 460 milhões entre investidores para abrir outros nove hotéis em seis cidades brasileiras até 2014 nos segmentos econômico, superior (H&S), design (Encore) e luxo (Plaza).

"Toda cadeia precisa estar em São Paulo, o ponto de partida para começar um grande trabalho no Brasil", comemora Érica, em entrevista ao Estado.

A empresária, que se tornou representante no Brasil do Wyndham em 2010, chegou a negociar pessoalmente com a empresária Thábata Yamauchi, da Capcana, a conquista do disputado espaço no coração de São Paulo. A intenção é elevar em pelo menos 10% a receita por quarto disponível do empreendimento já no primeiro ano.

O Wyndham é o maior grupo hoteleiro do mundo, com 7,2 mil hotéis. Com a bandeira Ramada, tem 900 unidades em 47 países. Há um ano, o primeiro Ramada brasileiro foi aberto em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, próximo ao aeroporto de Confins.

O hotel de São Paulo será da mesma categoria superior compacto (H&S), com direito a oito quartos de alto luxo. "Teremos um padrão parecido com o do Ramada Plaza num hotel pequeno", promete Érica.

A Vert vai aplicar cerca de R$ 100 mil nos dois primeiros meses para converter os letreiros e a programação visual do hotel ao vermelho característico do Ramada. Depois, traça um plano de investimentos com a Capcana.

"A nossa intenção é ter um hotel totalmente novo em doze meses", diz Érica, que planeja investimentos em tecnologia, reforma do paisagismo e também da iluminação, para dar mais visibilidade ao edifício, a uma quadra da Avenida Paulista.

Adaptação. Com a troca da operação do Blue Tree pelo Ramada, haverá também a substituição de cerca de 50% do quadro de funcionários. O mobiliário vai sendo adaptado aos poucos. O restaurante também será reformulado para alcançar o padrão da rede americana, que tem no café da manhã diferenciado um dos seus atrativos. É o conceito que Érica chama de "hotelaria essencial", que agrada executivos e turistas de fim de semana que buscam conforto.

A empresa ainda planeja a abertura de um Ramada Encore em São Paulo, no Bom Retiro. Estão em negociação ainda projetos em Minas Gerais (Contagem e Belo Horizonte) e em Brasília.

Em março, Érica espera dar ainda mais visibilidade à marca com a abertura do Ramada Barra da Tijuca, no Rio, cuja construção do edifício de quase 500 apartamentos e suítes prevista para terminar em novembro atrasou.

"Há um crescimento forte do turismo doméstico, além da demanda de negócios com o expansão da economia. Isso está favorecendo os investimentos no setor hoteleiro", diz Érica, citando o interesse estrangeiro crescente pelo Brasil.

Além de liderar os planos do Wyndham no Brasil, Érica também está tirando do papel os projetos próprios da Vert, empresa que criou ao deixar o posto de secretária de turismo de Minas Gerais na gestão de Aécio Neves, em 2010. Com suas bandeiras próprias Sentido, E.Suítes e Ícone, ela tem cinco hotéis em construção e tem como meta alcançar 90 em 15 anos.

"Se a economia continuar crescendo, acho que é bem possível. Com o crescimento da aviação civil, maior oferta de assentos e o aumento da renda, o deslocamento do brasileiro é cada vez maior. Quem só fazia uma viagem de carro e de longa distância por ano, agora faz viagens curtas para vários destinos. É um momento muito propício para a rede hoteleira", avalia.