Título: Instituições planejam faturar mais com seguros e previdência
Autor: Silva Júnior, Altamiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/01/2012, Negócios, p. B11

Crédito continua como carro-chefe das receitas dos bancos, mas expansão da receita deve ser menor neste ano

Para compensar a menor expansão das receitas com empréstimos, os bancos devem centrar esforços para faturar mais com outras operações, como seguros e cartões, em 2012.

Com juros em queda, as margens dos bancos devem cair, mas analistas ainda esperam lucros crescentes para as grandes instituições financeiras. Na média, os resultados devem subir 9%, segundo estimativas do Bank of America Merrill Lynch.

O presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, foi o primeiro banqueiro a falar da necessidade de aumentar a oferta de outros produtos, principalmente seguros e planos de previdência.

"Visualizamos menor crescimento do crédito", disse o executivo. O Itaú ainda não divulgou suas estimativas de desempenho no crédito para 2012, mas a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) prevê alta média de 15%, abaixo dos 17% de 2011.

Apesar do menor crescimento, o crédito ainda é uma prioridade e deve representar parte significativa das receitas. Entre os segmentos, na pessoa jurídica, a expectativa é em relação a grandes companhias - diferente de 2011, quando o foco estava em pequenas e médias empresas. Com dificuldade de captar no exterior e o mercado de capitais volátil, muitas companhias recorreram ao crédito bancário a partir do terceiro trimestre e os especialistas acreditam que essa tendência vai continuar em 2012.

"As companhias brasileiras vão passar por um forte ciclo de crescimento", disse o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Ele prevê que 2012 será um ano desafiador para os bancos, que vão enfrentar queda de margens e cenário de maior incerteza, por conta da Europa.

Em relação à pessoas físicas, a inadimplência deve chegar a um pico no quarto trimestre de 2011 e depois se manterá relativamente estável, preveem os analistas do HSBC, Victor Galliano e Mariel Santiago. "A deterioração dos índices de qualidade de ativos é uma preocupação menor daqui para frente." /