Título: A trajetória da idéia ao produto
Autor: Cruz, Renato
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/01/2012, Economia, p. B10

As irmãs Juliana e Patricia Foresti criaram a Easy Print Box, que está na Incamp, incubadora da Unicamp. A empresa desenvolve máquinas automáticas de cópias e impressão. "Ainda neste semestre queremos estar com atividade comercial", disse Patricia.

A ideia veio quando Juliana enfrentava uma fila para imprimir um trabalho na faculdade. Ela pensou como seria mais fácil se houvesse uma impressora automática, como uma máquina de vendas de refrigerantes, que pudesse receber o trabalho por e-mail ou via pen drive, sem necessidade de um operador.

"A gente de vez em quando ouve que o papel está acabando", afirmou Juliana. "Mas eu não acredito que o papel esteja em crise. Com o aumento do poder aquisitivo da classe C e do setor de educação, a demanda por cópias e impressão só vai aumentar."

As duas irmãs não têm formação técnica, e contrataram um engenheiro para desenvolver as máquinas para elas. A Easy Print Box já tem um pedido de patente. "Nossa situação aqui na incubadora é um pouco atípica", contou Patricia. "A maioria dos empresários aqui são da área de tecnologia, e nós somos da administração. Nos deparamos com problemas que eles tiram de letra."

O pai de Juliana e Patricia tem uma empresa de call center, chamada A+F Telemarketing. As duas têm experiência do que é administrar uma empresa por terem trabalhado com o pai, mas, mesmo assim, os desafios que têm enfrentado na Easy Print Box são grandes. "Nosso pai é um dos principais consultores", disse Patricia.

Obstáculos. Elas apontaram como um dos grandes problemas que tiveram de resolver a importação das peças para montar os protótipos das máquinas. "A carga tributária dos equipamentos quase inviabilizou o projeto", afirmou Juliana. "Foi um choque. Ainda tivemos de esperar um mês para o correio liberar os equipamentos."

As irmãs estudam outras aplicações para suas máquinas, que poderiam ser usadas até por gráficas expressas. Até agora, o investimento na empresa foi feito pelas duas empreendedoras.

Apesar de não terem estudado na Unicamp, elas quiseram estar na Incamp por causa do ambiente e do prestígio da universidade, e porque sua família mora em Campinas.

Juliana destacou que as grandes universidades privadas também deveriam fomentar a criação de empresas. "Elas têm milhares de alunos e poderiam incentivar o empreendedorismo."