Título: Estatal contrata 26 sondas para perfuração da camada de pré-sal
Autor: Valle, Sabrina ; Torres, Sergio
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/02/2012, Economia, p. B6

Previsão inicial era de 21 sondas; fornecimento será dividido entre as duas empresas que estavam na disputa

A Petrobrás informou ontem ter fechado contrato com as empresas Sete Brasil e com a Ocean Rig para o afretamento e operação de 26 sondas de perfuração a serem usadas na exploração da camada pré-sal. A licitação, suspensa em dezembro pela estatal, previa a contratação de apenas 21 sondas. A Petrobrás informou ter resolvido contratar mais cinco sondas diante da demanda e das condições apresentadas pelas duas concorrentes, com quem mantinha negociação direta.

Com isso, a Petrobrás eleva para 33 o número de sondas prioritariamente destinadas às águas ultraprofundas do pré-sal. O projeto inicial era contratar 28 sondas. Um primeiro lote de sete sondas fora fechado em fevereiro de 2011 com a Sete Brasil, empresa na qual a Petrobrás detém 10% de participação.

O contrato prevê a possibilidade de redução dos preços contratados. A Sete Brasil ficou com 21 sondas tipo "offline" pela taxa diária média de US$ 530 mil. Já a Ocean Rig ficará com cinco sondas "dupla atividade", com taxa diária média de US$ 548 mil. Ambas pelo prazo de 15 anos.

"A expectativa é que as taxas diárias médias possam ser reduzidas para os valores de até US$ 500 mil no contrato com a Sete Brasil e US$ 535 mil no contrato com a Ocean Rig", informa o comunicado da companhia.

A estatal abriu licitação no ano passado para 21 sondas. Insatisfeita com os preços cobrados, suspendeu o processo em dezembro e passou a negociar diretamente com as duas concorrentes.

A Sete Brasil pleiteava 21 sondas desde o início e a Ocean Rig, cinco. Dessa forma, o interesse de ambas foi contemplado pela Petrobrás. A Ocean Rig integra o grupo empresarial comandado pelo empresário German Efromovich.

Conteúdo nacional. Todas as sondas serão construídas no Brasil, uma exigência do governo federal, que está usando o contrato bilionário para fomentar a indústria naval do País. A entrega de todas as unidades, com requisitos de conteúdo local variando entre 55% e 65%, deverá ocorrer no prazo compreendido entre 48 e 90 meses, de acordo com os cronogramas estabelecidos nos contratos.

De acordo com a Petrobrás, a implementação do projeto considera a construção de novos estaleiros, além da utilização da infraestrutura já existente. A contratação considera a possibilidade da redução das taxas diárias médias em caso de obtenção de isenção de PIS/Cofins e em função das condições definitivas de financiamentos a serem acordadas pelas empresas contratadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No setor de óleo e gás, o impasse em relação à licitação das sondas é apontado como um dos fatores de desgaste do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, que na segunda-feira empossa a engenheira Maria das Graças Foster no cargo.

Segundo se fala na sede da Petrobrás, Gabrielli foi destituído por Dilma Rousseff por não ter, entre outras coisas, conduzido o processo de forma que agradasse à presidente.

Em entrevistas, Gabrielli diz que essa hipótese é falsa. / S.V. e S