Título: Sócia em Viracopos, UTC quer novas concessões
Autor: Mautone, Silvana
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/02/2012, Economia, p. B8

Diretor da empresa, forte em montagem industrial, diz que pretende disputar concessões em portos, ferrovias e aeroportos

Sócia da Triunfo no consórcio que arrematou o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, por R$ 3,8 bilhões, a UTC Participações quer apostar em novas concessões para expandir os negócios. Na lista de ativos, estão portos, ferrovias, metrô e outros aeroportos que forem privatizados.

"Já começamos a estudar, por exemplo, algumas opções no setor portuário", afirma o diretor da holding, João Santana, presidente da construtora Constran, subsidiária do grupo. Segundo ele, Viracopos é a primeira concessão da empresa, forte na área de montagem industrial nos setores de óleo e gás e siderurgia.

Ele explica que a companhia iniciou os estudos sobre o setor aéreo há dois anos e, no meio do caminho, decidiu se aprofundar no aeroporto de Campinas. Várias consultorias internacionais e especialistas no setor aéreo foram contratados para auxiliar no levantamento de dados.

"Estudei o Capex (investimentos) do aeroporto mais do que qualquer outro concorrente. Sei que posso fazer mais por menos", diz Santana, referindo-se à revisão de investimentos de R$ 11,5 bilhões para R$ 8 bilhões. Ele diz que a holding, que faturou cerca de R$ 2,7 bilhões em 2011, não terá problema para honrar todos os compromissos. A companhia não terá necessidade de captar recursos no mercado para fazer o aporte de capital na Sociedade de Propósito Específico (SPE).

O executivo conta que as conversas com a Triunfo para formação de consórcio começaram há cerca de seis meses, mas o contrato para disputar o leilão de aeroportos apenas foi assinado no último mês. Ele explica que negociou com cerca de oito operadoras internacionais de aeroportos, como ACSA (África do Sul), BAA (Reino Unido) e Schiphol (Holanda). A francesa Egis já havia estreitado relação com a Triunfo e acabou fechando com o consórcio.

Obras. Embora seja controladora da construtora Constran, assim como a Triunfo é dona de uma empreiteira, Santana afirma que a obra de Viracopos será feita pela empresa que apresentar a melhor proposta no mercado. Empresários do setor, no entanto, são categóricos em afirmar que as obras serão tocadas pelas construtoras das sócias. É o que ocorre em grandes empreendimentos que tem sócios construtores.

No Aeroporto de Guarulhos, por exemplo, as expansões serão tocadas pela OAS, sócia da Invepar, que tem como acionistas os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Petros (Petrobrás). Com esses projetos, essas construtoras devem dar um salto no ranking de empreiteiras no Brasil.