Título: Liga Árabe quer força de paz conjunta na Síria
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/02/2012, Internacional, p. A11

Pedido ao Conselho de Segurança da ONU prevê a atuação de uma missão internacional para pôr fim à violência no país; Damasco rejeita proposta

A Liga Árabe pediu ontem ao Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas que uma missão de paz conjunta, formada pela ONU e pelo organismo árabe, seja mandada à Síria, no último esforço para pôr fim aos 11 meses de repressão sangrenta do regime do presidente Bashar Assad aos dissidentes que exigem sua deposição.

A medida pede um cessar-fogo imediato no país e exige que as forças leais ao ditador levantem o cerco a vizinhanças e vilarejos, levando de volta aos quartéis todo seu armamento. A atuação da missão de monitoramento, que por pouco mais de um mês tentou acabar com a violência do governo e negociar uma transição pacífica, teve sua operação suspensa no fim de janeiro. Ontem, seu fim foi formalizado.

O novo esforço da Liga Árabe foi registrado num rascunho de resolução discutido pelos membros da Liga Árabe, no Cairo, e ocorre após China e Rússia terem vetado no CS uma resolução que pedia a renúncia de Assad, no dia 4. Segundo informações da TV Al-Arabiya, o governo sírio rejeitou "completamente" a proposta feita ontem.

Os países árabes pediram pela "abertura de canais de comunicação com a oposição síria e o fornecimento de todas as formas de apoio político e material" aos dissidentes. Também recomendaram que os opositores se unifiquem, selando esse compromisso no dia 24, na Tunísia, na reunião dos "Amigos da Síria", grupo criado após o veto chinês e russo, composto pelos EUA, seus aliados europeus e países árabes.

A liga quer ainda que todos os contatos diplomáticos com o regime de Assad sejam suspensos e pretende responsabilizar funcionários do governo por crimes contra o povo sírio no Tribunal Penal Internacional.

Outra recomendação dos árabes é intensificar a aplicação de sanções econômicas impostas pela liga que não foram plenamente implementadas.

No fim da noite do sábado, a Al-Qaeda juntou-se ao coro pela saída de Assad. Em um vídeo de oito minutos, o líder do grupo terrorista, Ayman al-Zawahiri, pediu a deposição do ditador e o apoio dos muçulmanos aos rebeldes sírios. / AP e REUTERS