Título: Taxa de conexão faz do aeroporto do DF a joia da coroa
Autor: Otta, Lu aiko ; Simão, Edna
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/02/2012, Economia, p. B8

Maior ágio do leilão, o aeroporto de Brasília passou de um negócio pouco rentável para uma das joias da coroa por causa da criação, no fim do ano passado, da tarifa de conexão. Essa nova taxa foi vital também para determinar a atratividade do aeroporto de Campinas (SP).

Embora seja o terceiro aeroporto mais movimentado do País, perdendo apenas para Guarulhos e Congonhas, Brasília tinha uma geração de receitas baixa porque 39% dos 14 milhões de passageiros que transitam por ele todo ano estão apenas fazendo conexão.

Por estar no centro do País, o aeroporto da capital federal foi transformado num ponto de interligação entre o Norte e o Nordeste e o Sul do País, operando mais de 400 voos ao dia. Dada essa característica, o governo tem interesse em que o aeroporto amplie sua capacidade com rapidez, afastando o risco de um colapso com o crescimento da movimentação aérea.

Esses passageiros em trânsito, porém, pagam a taxa de embarque a outros aeroportos. Com a tarifa de conexão, o dinheiro será dividido com a praça onde ocorreu a arrecadação, sem impacto para os passageiros.

Essa mudança, prevista na Medida Provisória (MP) 552, também beneficia o aeroporto de Viracopos, utilizado como ponto de interligação pela companhia aérea Azul. Hoje, 29% dos passageiros que vão a Campinas fazem apenas conexão. A exposição de motivos, documento em que o governo justifica a edição da MP, diz que a criação da nova tarifa é "essencial para a concessão" dos dois aeroportos.

O aeroporto de Brasília teve o maior ágio no leilão do último dia 6:673,39% acima do preço inicial pedido, alcançando R$ 4,501 bilhões. Viracopos foi arrematada por R$ 3,821 bilhões, um ágio de159,8%. Guarulhos ficou 373,5% acima do preço mínimo, alcançando R$ 16,2 bilhões.

Os R$ 24,5 bilhões arrecadados pelo governo com o leilão da semana passada ingressarão nos cofres do Tesouro Nacional a partir do ano que vem, em parcelas a serem pagas nos prazos das concessões. Estima-se que os pagamentos serão da ordem de R$ 1 bilhão ao ano./ L.A.O.