Título: Novo aeroporto de SP pesou em concessão
Autor: Pareira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/02/2012, Economia, p. B1/5

O risco de o governo federal autorizar a construção de um terceiro aeroporto em regime privado na Grande São Paulo pesou no resultado da concessão de Viracopos, segundo fontes. O aeroporto de Campinas foi arrematado por R$ 3,821 bilhões, valor bastante inferior ao de Guarulhos e menor até mesmo que o de Brasília, para o qual o lance mínimo era o mais baixo entre os três.

O receio do mercado é de que, passado o leilão, o governo autorize a Andrade Gutierrez e a Camargo Correa a levar adiante o projeto do Novo Aeroporto de São Paulo (Nasp), em Caieiras. Campinas é o aeroporto que mais perderia com isso, pois deixaria de ser a terceira alternativa para os passageiros da região metropolitana de São Paulo.

No caso da autorização da construção de um novo aeroporto, Guarulhos também sofreria a concorrência e poderia perder passageiros. Nos últimos meses, o governo evitou falar publicamente sobre o Nasp, justificando que a avaliação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) era de que o projeto não seria viável porque interferiria no espaço aéreo de outros aeroportos próximos.

A Andrade Gutierrez e a Camargo Correa, encomendaram, porém, estudos à Jeppesen, empresa do grupo Boeing, que teria atestado a viabilidade do projeto em Caieiras. A possível saída do projeto da geladeira tem reflexo na operação dos aeroportos. Isso explicaria a composição dos consórcios vencedores. Em Guarulhos e Campinas, as operadoras estrangeiras só detém uma participação de 10% nos grupos. Brasília é o único em que a administradora estrangeira tem uma fatia de 50%.