Título: País produz peça-chave para armas atômicas
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/02/2012, Internacional, p. A14

O fator de preocupação na equação nuclear do Irã está no entorno do programa. O país mantém centros de pesquisa voltados para o desenvolvimento de determinadas tecnologias cuja aplicação só se justifica para a construção das armas atômicas.

Em maio de 2011, o Ministério da Defesa iraniano confirmou as atividades de uma fábrica de alto explosivo, do tipo HE². O material é usado como acelerador inicial de artefatos nucleares militares - claro, serve também como carga de ataque convencional em mísseis de diversos tipos.

Em paralelo, o governo de Teerã mantém a pesquisa de detonadores de precisão EBW (Exploding Bridewire) de alta simultaneidade, um fundamento da fissão nuclear.

O enriquecimento do urânio na faixa de 20% é plenamente justificável - nesse limite o U-235 serve a aplicações científicas. O que incomoda é a escalada. Especialistas ouvidos pelo Estado afirmam que a dificuldade maior no processo é a base, do zero até 5%, o necessário para gerar energia. Armas exigem 90% de beneficiamento. E, nesse caso, é só multiplicar o procedimento.