Título: Estado tem o maior crescimento entre os grandes jornais em 2011
Autor: Cunha, Lílian
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/01/2012, Negócios, p. B16

Os jornais brasileiros cresceram 3,5% na média, enquanto a circulação do 'Estado' teve um aumento de 7,5% no ano passado

'O Estado de S. Paulo' foi o jornal que mais cresceu em circulação no ano passado dentre os maiores diários nacionais, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC ) - órgão responsável pela auditoria de jornais e revistas no País. A circulação do jornal aumentou 7,5%, chegando a uma média diária de 254.214 exemplares, 17.845 a mais que os números de 2010.

O resultado ficou acima do desempenho médio do setor. As vendas gerais de jornais, em todo o País, segundo o IVC, tiveram alta de 3,5% no ano. "Enquanto a circulação média dos jornais no mundo cai, no Brasil ela vem crescendo", ressalta o presidente executivo do IVC, Pedro Martins Silva.

Mundialmente, a circulação de jornais caiu 2%, conforme o relatório mais recente da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (World Association of Newspapers and News Publishers), publicado em outubro do ano passado. O documento mostra a circulação de jornais de 69 países do mundo em 2010 na comparação com 2009.

Três fatores levam ao crescimento da circulação no Brasil, diz Silva. O primeiro deles é o crescimento do consumo das pessoas das classes C e D, que impulsiona a venda de jornais populares, com preço de capa abaixo de R$ 1.

Nesse segmento, a circulação avançou 10,3% no ano passado. Em média, o grupo de jornais com preço de capa acima de R$ 2 registrou avanço de 1,6% na circulação. Veículos com custo por exemplar entre R$ 1 e R$ 2 tiveram crescimento de 0,3%.

Um exemplo da receptividade desse tipo de diário é o jornal Daqui, de Goiânia. "O Daqui fez uma reformulação e passou a ser um jornal popular recentemente", diz o presidente do instituto. As vendas do diário, que custa R$ 0,25, tiveram alta de 67,9% em 2011, chegando a uma média de 151.704 exemplares por dia.

Investimento. Outro fator que fez com que a circulação se expandisse foi a retomada do investimento por parte das companhias de comunicação. Em 2008 e 2009, por conta da crise mundial, as empresas suspenderam seus investimentos, lembra Silva. "Mas houve uma retomada em 2010 e em 2011, tanto para reformulação dos jornais, melhora da diagramação, da impressão, como também para modernizar e aumentar os 'call centers' - o que se reflete no crescimento do número de assinaturas", diz.

As empresas também passaram a investir mais na venda avulsa, ampliando a distribuição dos jornais para os pontos de venda.

O volume de vendas avulsas dos jornais, segundo o IVC, teve expansão de 4,6%, enquanto as assinaturas tiveram crescimento de 2,4% entre 2010 e 2011.

A busca por informação de melhor qualidade também foi outra razão que explica o crescimento dos jornais, afirma Silva. O novo consumidor que os jornais têm conquistado, segundo ele, é o mesmo leitor de sites e de outros meios digitais de informação.

"Está havendo uma mudança de comportamento: as pessoas continuam usando a internet, mas procuram nos jornais um complemento de informação", diz o executivo. "Elas sabem que pior do que não estar informado é ter uma informação errada", afirma o presidente. Nesse cenário, segundo ele, o Estadão é uma das marcas mais reconhecidas. "Conforme nossas auditorias, quando o leitor quer, por exemplo, saber mais sobre um navio que afundou, ele coloca essas palavras em um site de busca e acrescenta a palavra Estadão. Isso mostra a força do jornal."

O levantamento do IVC não leva em consideração sites de jornais, mas inclui assinaturas digitais, de conteúdos entregues por meio de tablets, por exemplo. Dados que mostram a influência desses meios na circulação dos jornais ainda estão sendo organizados e devem ser divulgados nas próximas semanas, de acordo com o IVC.