Título: Receita comercial é o que atrai investidores
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/02/2012, Economia, p. B11

A lista de atrativos dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília é extensa. Seja no transporte de carga ou de passageiros, a expectativa de crescimento nos próximos anos enche os olhos de qualquer investidor. Mas tem um item que consegue seduzir ainda mais os grupos que vão disputar o leilão de concessão amanhã, em São Paulo. Trata-se das receitas de atividades não reguladas.

Lojas de souvenires e de roupas, dutyfree, bancos, restaurantes e salões de beleza, locação de áreas, estacionamento e uma série de outros serviços são a aposta dos investidores para turbinar os ganhos. Há cálculo no mercado que apontam para algo em torno de 60% das receitas totais dos aeroportos.

Hoje, as atividades não reguladas dos três terminas que serão concedidos à iniciativa privada correspondem, em média, a 42% das receitas totais do sistema aéreo nacional. Em Guarulhos, os ganhos já chegam a 40% e, em Brasília, a 46%. Viracopos, em Campinas, está um passo atrás. As atividades extras representam apenas 13% do ganho total, segundo o anuário Estatístico da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

"O potencial de receita nessa área foi subestimado. Pode ser maior do que está sendo divulgado", afirma Marlon Shigueru Ieiri, sócio da FHCunha Advogados. O edital de licitação permite explorar uma série de serviços, de transportes à telecomunicações e tecnologia. Alguns deles ainda nem são oferecidos no Brasil, afirma o advogado Robertson Emereciano, sócio da Emereciano Baggio e Associados. "Não dá para sobreviver apenas com as taxas reguladas. Por isso, a criatividade para novos serviços não tem limite."

Na avaliação dele, a qualidade dos três ativos é muita boa. Se o leilão fosse uma semana mais tarde, o número de consórcios na disputa poderia ser ainda maior que os 11 que apresentaram proposta na quinta-feira passada.

Emereciano conta que ele mesmo estava trabalhando para um grupo que não conseguiu negociar todas as garantias a tempo. Por envolver parceria entre empresas nacionais e estrangeiras, o processo é mais complexo. Documentos precisam ser traduzidos e decisões dependem de mais de um controlador, que ficam em países distintos, afirma o advogado.

Consórcios na disputa

OHL e Aena

Ecorodovias e Fraport

CCR e Zurich Airport

Fidens Engenharia e ADC & Hás

Odebrecht e Changi

Triunfo, UTC e Egis

Queiroz Galvão, BTG e Ferrovial

Engevix e Corporación América

Carioca e ADP

Invepar e ACSA

Advent e Asur