Título: Pleno emprego e formalização
Autor: Fraufe, Célia
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/02/2012, Economia, p. B4

Mesmo com toda turbulência internacional e os receios de seu impacto sobre a economia brasileira, os números do mercado de trabalho no Brasil não deixam dúvida: o País vive o pleno emprego. Mais importante, a expansão do emprego vem sendo marcada por ampla formalização. É o que mostram os números do Caged, que medem a quantidade de trabalhadores com carteira assinada no País.

Vários fatores explicam a força e a formalização do mercado de trabalho. A estabilidade econômica e institucional que vem sendo construída ao longo dos últimos 20 anos eleva a confiança do empresário e estimula a formalização do emprego. Além disso, os avanços recentes nos termos de troca e no crédito reforçam o crescimento econômico e permitem o crescimento do emprego formal.

Há também fatores institucionais que incentivam a saída da informalidade. A expansão de serviços sociais básicos, o aumento da cobertura previdenciária, programas de apoio e proteção aos trabalhadores e o regime tributário simplificado para micro e pequenas empresas são alguns deles.

Como resultado, a trajetória de queda na taxa de desemprego tem sido acompanhada por uma maior formalização das relações de trabalho. Nos últimos sete anos o emprego cresceu a um ritmo anual médio de 2,4%, enquanto o emprego formal mostrou expansão de 5,4%. Interessante notar que, mesmo que o esgotamento da oferta de trabalho e a qualificação precária da mão de obra dificultem a manutenção do ritmo de criação de novos postos de trabalho, é muito provável que a formalização do emprego continue.

Esse ambiente é amplamente favorável para a renda e o consumo. Mas preocupa pelos custos inflacionários e de competitividade industrial: os preços de serviços devem continuar em alta e os custos de produção não devem cair tão cedo.

-------------------------------------------------------------------------------- adicionada no sistema em: 24/02/2012 06:33