Título: Bancos europeus são atingidos por duras perdas
Autor: Netto, Andrei
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/02/2012, Economia, p. B7

Bancos europeus reportaram duras perdas em seus últimos balanços, em uma mostra de como a crise bancária e da dívida soberana está afetando o setor.

O francês Crédit Agricole acumulou € 3,1 bilhões em perdas no quarto trimestre. No Reino Unido, o Royal Bank of Scotland (RBS) sofreu prejuízo de 1,8 bilhão de libras. O franco-belga Dexia, por sua vez, revelou prejuízo de € 11,6 bilhões em 2011, a maior parte acumulada no último trimestre do ano.

Os bancos foram afetados por uma série de fatores. Eles continuaram registrando os descontos em bônus do governo da Grécia, o que resultou em centenas de milhões de euros em perdas no quatro trimestre por conta da redução em aproximadamente 25% do valor original dos títulos.

As instituições financeiras reservaram centenas de milhões de euros para se prepararem para a crescente inadimplência nos empréstimos ante a possibilidade de recessão na zona do euro. Além disso, a economia claudicante e o ambiente nos mercados de capitais em 2011 afetaram as receitas dos bancos.

O quarto trimestre foi complicado para a maioria dos bancos do mundo, em grande parte por conta de uma paralisia nos mercados financeiros que deprimiu os negócios e achatou os lucros. Ainda assim, parte dos maiores bancos da Europa, como o BNP Paribas, o Deutsche Bank e o Barclays conseguiram registrar ganhos trimestrais.

BCE. Em dezembro, os bancos da zona do euro tomaram emprestado quase 500 bilhões na primeira de duas operações de liquidez de longo prazo que o Banco Central Europeu (BCE) vai realizar. A segunda será no fim deste mês. Do total emprestado na primeira etapa, cerca de 200 bilhões foram considerados nova liquidez, já que o restante foi usado para rolar empréstimos que estavam vencendo. Na segunda operação de liquidez de longo prazo, Draghi disse que "preferiria que eles ( bancos) emprestassem o dinheiro para empresas e consumidores".

O BCE acredita que a demanda nessa operação será forte, após ter suavizado as regras para os colaterais exigidos para a liberação do empréstimo. Mas Draghi já deixou claro que é contra um novo afrouxamento dessas regras. / DOW JONES NEWSWIRES