Título: Marinha admite problema e traça estratégia
Autor: Trres, Sergio
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/02/2012, Vida, p. A22

A Marinha admitiu ontem à tarde, em nota, que a carga de 10 mil litros de combustível está no fundo do mar antártico, mas que não há registro de vazamento.

"A embarcação se mantém pousada no fundo, com integridade estrutural, (...) não tendo sido constatado nenhum vazamento até o presente momento", informa a Marinha no comunicado assinado pelo contra-almirante Paulo Maurício Farias Alves, diretor do Centro de Comunicação Social.

A Marinha credita o acidente "à mudança repentina das condições ambientais locais". Segundo a nota, a Estação Antártica Comandante Ferraz "é reabastecida anualmente durante o verão antártico, de novembro a março, por navios da Marinha do Brasil, período em que as condições climáticas são menos severas".

"Durante uma dessas operações de transferência de material do navio para terra, uma de nossas chatas, transportando 10 mil litros de gasoil arctic, veio a afundar", diz o informe.

Na nota, a Marinha manifesta preocupação em "honrar os compromissos definidos no Protocolo ao Tratado Antártico sobre a Proteção do Meio Ambiente, pelo qual os países-membros devem tomar as medidas necessárias para reagir a situações que possam ameaçar o meio ambiente antártico".

"Com o intuito de mostrar aos demais membros do tratado o nosso compromisso de bem zelar por aquele continente, a Marinha do Brasil solicitou o apoio da Petrobrás para, em conjunto, realizar a operação de reflutuação da chata", acrescenta a nota.

Estratégia. A Marinha informou que a chata submersa será envolvida por boias, infladas "para permitir a sua flutuabilidade e, com o auxílio do guindaste do navio, será trazida à superfície".

"Durante a reflutuação serão empregados todos os recursos necessários para a contenção de poluição ambiental no caso de vazamento do óleo contido na chata. Uma vez na superfície ela será rebocada (...) e encalhada na praia para posterior desmontagem", diz a nota.

O método de abastecimento da base por meio de chatas será substituído por "um sistema mais seguro, empregando oleoduto", informa a Marinha, que não revela a data da substituição do sistema. / S.T.