Título: BTG Pactual pede registro de abertura de capital
Autor: Brozanti, aline
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/03/2012, Negócios, p. B13

Oferta inicial de ações do banco de investimentos é aguardada com ansiedade pelo mercado; operação deve movimentar R$ 2 bilhões

O BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, formalizou ontem na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seu pedido de abertura de capital, um dos mais esperados pelo mercado. Segundo fontes, a expectativa é que o banco consiga levantar cerca de R$ 2 bilhões com a operação. Mas não foi divulgado o porcentual do capital do banco que será vendido nem data para que a operação seja realizada.

De acordo com as informações do BTG, a oferta será feita por meio de units (ativos compostos por mais de uma classe de valores mobiliários, como, por exemplo, uma ação ordinária e um bônus de subscrição, negociados em conjunto). A oferta será feita no Brasil, mas também haverá esforço de colocação no exterior. O banco coordenador líder da operação será o próprio BTG. A oferta também terá participação do Bradesco BBI, Goldman Sachs e JP Morgan.

O BTG Pactual pretende investir os recursos captados na sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para expandir seus negócios por meio de aquisições estratégicas e também da ampliação das suas operações internacionais, de acordo com o prospecto preliminar da operação. O banco procura oportunidades nas áreas de banco de investimento e gestão de recursos, na América Latina e em outros mercados emergentes.

As aquisições serão possíveis porque o banco estará com o seu balanço patrimonial reforçado e poderá usar as suas ações como moeda de compra. Recentemente, a instituição concluiu a aquisição da corretora chilena Celfin por US$ 245 milhões em dinheiro e mais 2,4% em ações do BTG.

"A aquisição pendente da Celfin, bem como a aquisição em 2010 da Coomex e a aquisição do controle do Banco PanAmericano em maio de 2011 são exemplos perfeitos do tipo de aquisição que esperamos buscar", observa o BTG no prospecto preliminar da sua oferta.

Produtos nacionais. Na sua estratégia internacional, o BTG quer expandir a oferta de produtos brasileiros e de mercados emergentes na área de gestão de recursos a uma base de clientes globais. O BTG já tem presença em importantes centros financeiros, como São Paulo, Nova York, Londres e Hong Kong.

Já na América Latina, o BTG quer ampliar a sua área de banco de investimento para outros países da região, apoiar sociedades latino-americanas que estão em processo de expansão global e, por fim, atrair colaboradores com experiência em mercados e produtos fora do Brasil, onde o banco não conta com "expertise significativa". Entre os países-alvo estão Colômbia e Peru.

Além disso, o banco de André Esteves também planeja expandir seu portfólio de produtos de crédito e derivativos, incluindo a área do PanAmericano.

Com a abertura de capital, a instituição planeja aumentar a sua base de capital e aperfeiçoar a sua estrutura de captação para, consequentemente, melhorar ainda mais o seu índice de Basileia, que encerrou em 17,7% em dezembro do ano passado. O mínimo exigido pelo Banco Central é de 11%.