Título: Economia do País cresce menos que previsão do FMI para o mundo
Autor: Modé, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/03/2012, Economia, p. B4

Entre os países do Brics, que já divulgaram o PIB, o Brasil também teve o pior desempenho no quarto trimestre

O Brasil, com crescimento de 2,7% em 2011, teve expansão do PIB menor do que a projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para o mundo, de 3,6%. E entre os países do Brics (além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que já divulgaram o PIB do quarto trimestre, o Brasil teve o pior desempenho, crescendo 1,4% ante o mesmo período de 2010.

Na mesma comparação, China cresceu 8,9%; Índia, 6,1%; e África do Sul, 2,6%. A Rússia ainda não divulgou o PIB do quarto trimestre.

Em valores, o PIB brasileiro chegou a R$ 4,143 trilhões em 2011. Com isso, deve ter consolidado a posição de sexta maior economia do mundo em dólares correntes, atrás de EUA, China, Japão, Alemanha e França.

Em 2011, a desaceleração brasileira acompanhou o ritmo mais lento da economia global, que havia crescido 5,2% em 2010, segundo a estimativa do FMI. No ano passado, diversos fatores pesaram para frear o PIB mundial, como o terremoto no Japão, as incertezas sobre a economia americana em meados do ano (com o impasse político sobre a elevação do teto de endividamento público) e o agravamento da crise grega e europeia, que atingiu momentos de extremo nervosismo no fim de 2011.

Porém, apesar de toda a turbulência na Europa, a Alemanha cresceu 3,1% em 2011, acima do Brasil. Segundo diversos analistas, a Alemanha está sendo indiretamente beneficiada pela crise dos países periféricos da união monetária, que está provocando o enfraquecimento do euro. Dessa forma, a economia alemã, fortemente voltada ao setor externo, aumentou ainda mais sua competitividade, já reforçada por diversas reformas e ajustes desde a reunificação.

Entre os outros principais países da Europa, porém, o desempenho em 2011 foi muito pior. A França cresceu 1,7%; o Reino Unido, 0,8%; a Espanha, 0,7%; e a Itália, 0,4%. Portugal, por sua vez, mais duramente atingido, já divulgou o seu PIB de 2011, com queda de 1,5%. No caso da Grécia, a projeção do FMI em setembro era de queda de 5% do PIB em 2011. Com o agravamento da crise da moeda única, a projeção é de que a zona do euro pode entrar em recessão em 2012. O FMI projeta um queda de 0,5% no PIB da região este ano.

Os dois principais Brics, China e Índia, tiveram um crescimento em 2011 muito superior ao brasileiro, registrando respectivamente 9,2% e 6,9%.