Título: Brasil quer Alemanha como aliada em inovação
Autor: Miranda, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/03/2012, Negócios, p. B16

Associação de empresas alemãs defende necessidade de acordo contra bitributação

A cooperação bilateral entre Brasil e Alemanha foi reforçada ontem no primeiro dia de palestras e workshops da CeBIT, maior feira do setor de tecnologia, na cidade alemã de Hannover.

Durante um seminário realizado com representantes de ambos os países e do setor de tecnologia da informação e da comunicação (TIC), Virgílio Almeida, secretário de Políticas de TI do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, disse que o País precisa ir além da cooperação comercial e cultural que tem com os alemães.

"É necessário ampliar também a parceria intelectual com a Alemanha em pesquisas que levem à inovação", afirmou Almeida. De acordo com ele, a aliança entre os dois países é essencial na busca pelos novos patamares de desenvolvimento. "O Brasil não quer mais ser só comprador de tecnologia. Queremos desenvolver e avançar no setor também."

As declarações de Almeida foram referendadas por Stefan Kapferer, secretário do Ministério de Economia e Tecnologia da Alemanha, que disse que a participação do País na CeBIT é apenas o início de uma cooperação cada vez mais estreita entre empresas alemãs e brasileiras.

"Para a Alemanha, o Brasil é o principal mercado na América Latina", afirmou Kapferer. No entanto, Dieter Kempf, presidente da Bitkom - entidade que representa mais de 1.700 empresas alemãs - disse que o aprofundamento dos vínculos seria mais fácil se a questão do acordo de dupla tributação, sem efeito desde 2006, fosse resolvida. "O acordo ainda é uma questão delicada para empresas alemãs que gostariam de operar no território brasileiro."

Este ano, o Brasil é o país parceiro da CeBIT e conta hoje em Hannover com a maior delegação que já trouxe ao evento. Ontem, a presidente Dilma Rousseff fez um passeio, ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, por alguns estandes da feira, que conta com cerca de 4.200 expositores.

Longo prazo. Atualmente, o Brasil é o sexto mercado de tecnologia da informação do mundo. Entretanto, Antonio Gil, presidente da Brasscom, associação que reúne empresas do setor, disse que o objetivo dos é colocar o País entre as cinco maiores potências mundiais de TI nos próximos 20 anos.