Título: País quer rever acordos com empresas
Autor: Tereza, Irany ; Ciarelli, Mônica
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/03/2012, Economia, p. B16

Empresas brasileiras e de todo o mundo que por anos mantiveram escritórios na Suíça para se beneficiar de amplas isenções fiscais estão ameaçadas de perder parte dos privilégios. Há uma semana, o Escritório Federal de Contas da Suíça concluiu que o país havia deixado de coletar bilhões de dólares de grupos estrangeiras instaladas no país e agora recomenda que, a partir de 2012, governos iniciem uma revisão dos acordos de exoneração fiscal fechados na última década.

Além da Vale, que enfrenta questionamentos na Suíça, empresas brasileiras como Suzano, Fibria e Vicunha contam com escritórios no país alpino. Todos estão localizados no Cantão de Vaud, um dos locais na Suíça com benefícios fiscais mais generosos.

A lei na Suíça estabelecia desde 1970 que regiões menos favorecidas poderiam dar amplos benefícios fiscais para atrair multinacionais. Vaud era uma dessas regiões, onde estão 70% das empresas que desembarcaram na Suíça em busca de vantagens fiscais. O decreto foi renovado em 1995. Em 2007, o governo estabeleceu que não manteria os privilégios, mas que a isenção para as empresas que já estivessem na Suíça antes dessa data seriam mantidos. Não por acaso, os anos de 2006 e 2007 viram uma explosão no número de acordos, com empresas se antecipando para aproveitar a isenção.

Os relatórios de auditoria insistem que os governos locais na Suíça precisam mudar seu comportamento. Segundo o levantamento feito pelo próprio governo federal, as empresas estrangeiras com escritórios no país somaram US$ 25 bilhões em lucros no ano e não pagaram praticamente nada em impostos. Para o escritório de Auditoria Federal da Suíça, o país perdeu mais de US$ 1 bilhão em impostos não coletados apenas em 2007. / J.C.

-------------------------------------------------------------------------------- adicionada no sistema em: 03/03/2012 05:52