Título: Mercado vê ajuda à indústria no câmbio
Autor: Leopoldo, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 13/03/2012, Economia, p. B4

Governo já busca taxa acima de R$ 1,70 que, segundo especialistas, causaria impacto pequeno na inflação no atual contexto de baixo crescimento

A meta de inflação perseguida pelo governo Dilma Rousseff, que para especialistas de mercado na prática estaria entre 5% e 5,5%, e não nos 4,5% oficiais, e a necessidade de proteger a indústria nacional do maciço ingresso de importados estão fazendo o Poder Executivo buscar uma taxa de câmbio acima de R$ 1,70, segundo economistas e acadêmicos ouvidos pela 'Agência Estado'.

Na prática, trata-se de uma mudança de patamar, embora o regime seja flutuante. Em entrevista ao Estado no dia 16 de dezembro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo não deixaria o dólar chegar a R$ 1,60. Na semana passada, Mantega indicou novo patamar, acima de R$ 1,70. "É um patamar que melhora a competitividade das exportações brasileiras, mas não é ideal", disse, reiterando o discurso de que não há patamar ideal para o câmbio.

Na avaliação dos especialistas, uma mudança de patamar do câmbio de R$ 1,60 para R$ 1,70 causaria um impacto pequeno na inflação, especialmente no atual contexto de baixo crescimento. Pelos cálculos do economista-chefe da consultoria LCA, Braulio Borges, a variação de 6% do câmbio nominal neste ano representaria uma alta de 0,2 ponto porcentual no IPCA. A projeção de Borges para a inflação subiria de 4,8% para 5% neste ano.

De acordo com a economista da Tendências Alessandra Ribeiro, o fato de a inflação no primeiro bimestre de 2012 (1,01%) estar um pouco menos forte, daria condições para o governo tentar diminuir as pressões de valorização do câmbio no curto prazo.

Essas pressões estariam diretamente relacionadas com a ampla liquidez global resultante da injeção de recursos por governos de outros países.

Novo título. O governo vai lançar, até o fim do mês, um novo título da dívida externa com rendimento em reais. O bônus terá prazo de vencimento de cerca de dez anos, o que ajudará a estratégia do governo de fazer com que as captações de dinheiro tenham prazos mais longos. Além disso, o papel abrirá espaço para que as empresas peguem recursos no exterior sem correr risco de uma variação brusca do dólar.

Segundo o Estado apurou, a estratégia de oferta desse papel está de acordo com a intenção do governo de criar dificuldades para a entrada de capital especulativo e, ao mesmo tempo, incentivar o alongamento dos prazos de empréstimos no exterior.

Itaú. Ontem a holding Itaú Unibanco realizou uma emissão de títulos com vencimento de dez anos e rendimento de 5,65%, por US$ 1,25 bilhão, segundo informou a IFR, um serviço de notícias de Thomson Reuters. / COLABOROU ADRIANA FERNANDES

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