Título: Dilma evita falar de crise, afaga Temer e afirma ter equipe coesa
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Fonte: O Estado de São Paulo, 14/03/2012, Nacional, p. A4

Presidente esteve no Congresso em sessão de homenagem ao Dia da Mulher e aproveitou para prestigiar José Sarney

Confrontada com o descontentamento e a retaliação da base aliada, a presidente Dilma Rousseff evitou ontem dar recados diretos para o Congresso, mas disse que o Palácio do Planalto tem uma "equipe conjunta e coesa". A afirmação foi feita durante cerimônia no Senado que a homenageou pelo Dia Internacional da Mulher. Dilma também fez questão de se dirigir ao vice-presidente Michel Temer, um dos presentes à cerimônia, para se referir ao governo como "nosso".

"Ao lado de mulheres tão fortes, cumprimento os ministros, porque nós somos um governo que tem uma equipe conjunta e coesa", discursou Dilma.

Em um discurso morno, a presidente não fez referência aos aliados nem à atuação do Congresso, limitando-se a repetir trechos do pronunciamento feito na cadeia de rádio e TV na semana passada. A cerimônia de ontem foi prestigiada pelas dez ministras do governo.

"Os ministros, homens do governo, defendem também a igualdade de gênero, a igualdade racial, como as mulheres defendem uma política de igualdade no que se refere a homens e mulheres, igualdade de oportunidades, de inclusão social e de desenvolvimento."

Dilma foi uma das agraciadas com o diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, prêmio instituído para reconhecer mulheres que se destacaram na luta pela "transformação social" e "igualdade de gênero".

"Nosso governo". Ao comentar uma fala da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que disse que Temer devia cuidar da presidente, Dilma afirmou: "Eu também vou cuidar do vice-presidente Temer". Em outro momento, pediu permissão para citar resultados da redução da desigualdade de renda. "(Resultados) que o nosso governo, não é, vice-presidente Temer, tem muito orgulho", continuou.

A presidente não mencionou "aliados" nem "coalizão", ao contrário do discurso que fez no início deste mês na posse do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, quando defendeu uma "coalizão forte" para governar o País.

Quando terminou a sessão, Dilma se reuniu com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e com Temer por 15 minutos. Na saída, não quis responder sobre as novas indicações para as lideranças nem sobre os problemas com a base aliada.