Título: Preocupação com o emprego impulsiona medidas de estímulo
Autor: Froufer, Célia
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/03/2012, Economia, p. B5

O cenário é de crise na indústria e a grande preocupação do governo é evitar que o agravamento dos problemas encadeie uma onda de demissões nos setores mais prejudicados pela concorrência internacional. A queda da produção industrial em janeiro assustou a equipe econômica e os dados ruins do IBGE sobre o emprego industrial, divulgados esta semana, corroboraram a necessidade de "urgência" numa ação mais agressiva de medidas de estímulo à indústria manufatureira.

A avaliação é de que o Brasil é um dos poucos países que têm um quadro favorável de emprego e não pode perder esse diferencial. Por isso, o governo vai exigir contrapartida de manutenção do emprego aos setores que forem beneficiados pela segunda fase do Plano Brasil Maior, a política industrial da gestão Dilma Rousseff.

Na audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu, pela primeira vez, as dificuldades da indústria e deixou clara a estratégia do governo de administrar o câmbio para sustentar uma cotação do dólar superior a R$ 1,80.

A redução da demanda mundial por produtos industrializados nos países avançados e, agora também em emergentes como a China, barateou os preços. Quem não tem competitividade, principalmente da moeda, perde o jogo. Esse quadro reforça a tendência de valorização do real e exige mais ações de curto prazo. Por enquanto, o governo adota medidas que incluem o barateamento das linhas de empréstimo de capital de giro, para dar fôlego aos setores até que medidas mais estruturais tenham condições de avançar.

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