Título: Setor pode atrair US$ 160 bilhões até 2020
Autor: Gerbelli, Luiz Guilherme
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/03/2012, Economia, p. B6

Indústria química precisa de US$ 87 bilhões em investimentos somente para acompanhar o crescimento do PIB

A indústria química tem capacidade para atrair investimentos de US$ 160 bilhões até 2020 no Brasil, segundo a Abiquim. "Só para acompanhar o crescimento do PIB precisaríamos de investimento de US$ 87 bilhões", diz Fernando Figueiredo, presidente executivo da entidade. Nessa conta, ainda estão US$ 45 bilhões para superar o déficit do setor, US$ 20 bilhões com a química renovável e US$ 15 bilhões com investimentos do pré-sal.

O setor químico é bastante sólido no Brasil. Ele corresponde a quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria. No ano passado, o faturamento líquido cresceu 15,8%, passando de US$ 128,5 bilhões para US$ 158,5 bilhões. "O que a indústria química precisa é de um planejamento de longo prazo. Dificilmente você tem uma planta química que entra em operação em menos de 36 meses", diz Figueiredo.

A ambição da indústria química nacional é se tornar a quinta maior do mundo, ultrapassando a França e a Coreia. "A grande questão é a gente permanecer na frente da Índia (hoje na oitava colocação)."

O cenário para o setor tende a melhorar porque o governo federal já dá sinais de que busca alternativas para recuperar a produtividade da indústria como um todo com o Plano Brasil Maior. Além disso, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já faz um estudo sobre as possibilidades de diversificação da indústria química.

Com o início da produção do pré-sal, a tendência também é que o preço da matéria-prima caia. "Acho que o preço cairá com tempo porque o Brasil ficará abundante em gás a partir do pré-sal", prevê Carlos Fadigas, presidente da Braskem.

Para aumentar o desempenho da indústria nacional, o setor químico também tem cobrado o fim do que chama de "distorções" nos preços de energia elétrica.

"Mantidas as atuais condições da economia, o trabalho mostrou que, se reduzíssemos o custo da energia elétrica e do gás natural nos moldes previstos no projeto, o Brasil incorporaria uma Argentina em dez anos em termos de PIB" disse Paulo Pedrosa, presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). Além disso, ele diz que seriam criados 6 milhões de empregos./L.G.G.