Título: Serra se curvou a uma escolha da base
Autor: Boghossian, Bruno
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/03/2012, Nacional, p. A3

Para o deputado federal Ricardo Tripoli, Alckmin foi obrigado a manter a altivez durante o processo e Serra teve de se submeter à decisão da base. / B.B.

O processo da prévia promoveu a democracia interna?

Sem sombra de dúvidas. O fato de o partido ter se colocado à disposição dos filiados e dos militantes fez com que houvesse uma oxigenação. Hoje, há uma proximidade entre as lideranças e a base do partido. Os filiados estão em ebulição, no processo de escolha do seu candidato. O fato de o Serra ter entrado para disputar demonstra que ele se curvou a uma decisão do partido, de que a base vai escolher. Se ele for ou qualquer um de nós for o escolhido, obviamente vamos estar juntos nesse processo.

Geraldo Alckmin foi isento?

Ele desde o início demonstrou muita simpatia pelo modelo de prévias, porque ele percebeu que esse afastamento das lideranças do partido com a base criava um certo constrangimento. Você não pode ter uma prática e um discurso diferentes. Ele obviamente durante todo esse período estimulou que os candidatos se colocassem e agora, no fim do processo, como cidadão, como filiado, tem uma opinião de ordem pessoal. Mas acho que isso não atrapalha em nada o processo. Ele tem demonstrado altivez, até porque tem direito a um voto só. Não é que o governador tenha dez, 20, 100 ou mil votos. Ou seja, nós conseguimos igualar a condição de escolha.

É importante receber o apoio do prefeito Gilberto Kassab?

Todo apoio é muito bem-vindo. Eleição é um processo em que você tem de unir forças para vencer. O apoio da Prefeitura é fundamental, até porque temos vários membros do PSDB que trabalham na administração.

Entre os temas educação, saúde e transportes, qual o mais importante na campanha?

Elegeria a questão da saúde. É uma questão muito séria em São Paulo. Você tem uma superposição das esferas administrativas: o município, o Estado e o governo federal atuam. E essas três áreas não conversam. O ideal seria que o pronto-atendimento fosse feito pela Prefeitura, a parte hospitalar pelo Estado, e universidades e transplantes pela esfera federal.

Haverá polarização entre PT e PSDB na eleição de São Paulo?

Acredito que sim. Há uma disputa natural, pois os partidos têm propostas antagônicas.