Título: Caso derruba o 3º servidor do governo de GO
Autor: Salomon, Marta
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/04/2012, Nacional, p. A4

Citado no inquérito da Operação Monte Carlo, o presidente do Detran de Goiás, Edivaldo Cardoso, pediu desligamento do cargo na quarta-feira. A saída ocorreu depois de o governador Marconi Perillo (PSDB) dizer que qualquer auxiliar que fosse citado ou suspeito de envolvimento na quadrilha liderada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, "sairá ou pedirá para sair do governo".

O governador não se pronunciou sobre a saída de Cardoso. A assessoria de imprensa informou apenas que ele e a ex-chefe de gabinete Eliane Pinheiro (que pediu demissão na terça-feira) "não cometeram nenhum deslize e saíram para não criar dificuldades para o governo".

Além dos dois, Marcelo Siqueira desligou-se da função de procurador-chefe administrativo da Procuradoria-Geral do Estado. Ele é citado como um dos beneficiários da quadrilha de Cachoeira em relatório do delegado Deuselino Valadares, em 2006, antes de ser cooptado pelo grupo.

Em entrevista, horas antes do pedido de demissão, o governador disse que Cardoso foi indicado pelo senador Demóstenes Torres (sem partido). Presidente do Detran desde o início da atual gestão, Cardoso é também presidente regional do PT do B.

Cardoso diz ter conhecido Cachoeira em 1996, por meio de seu sogro, o ex-prefeito da Cidade de Goiás Boadyr Veloso, morto a tiros em 2008, ao sair de uma casa de jogos clandestinos no centro de Goiânia.

O ex-presidente do Detran é citado em pelo menos três partes da apuração da PF. Em um dos trechos, ele aparece como destinatário do pagamento de R$ 15 mil. Ele diz ainda que dinheiro refere-se ao pagamento de uma dívida que Lenine Araújo - um dos principais auxiliares de Cachoeira - teria com seu sogro.

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