Título: Previ quer mais aeroportos e varejo
Autor: Tereza, Irany
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/04/2012, Economia, p. B15

A Previ, caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, atingiu em março patrimônio de R$ 160 bilhões, cifra que consolida o fundo como o maior da América Latina. Em 2011, mesmo com o fraco desempenho da bolsa de valores, o fundo, que tem 62% de seus ativos em renda variável, fechou com superávit de R$ 24,6 bilhões.

O resultado foi garantido pelo alto retorno das aplicações em renda fixa e imóveis. Insuficiente, porém, para impedir que a rentabilidade anual média ficasse bem abaixo da meta atuarial: 7,64%, para uma meta de 11,38%.

Este ano, a Previ pretende investir pesado em comércio e infraestrutura, especialmente em aeroportos. Integrante do consórcio vencedor da concessão de Guarulhos, o fundo apresenta em 40 dias ao governo federal o plano de investimentos no aeroporto.

"Estamos fazendo um trabalho intenso, concluindo um plano de trabalho bem complexo para que possamos, previamente, apresentar às autoridades, de forma espontânea para que a gente possa, ao assumir o aeroporto, ter muita convicção dos avanços que podemos implementar no aeroporto", disse o presidente da Previ, Ricardo Flores.

O consórcio, formado pela Invepar (Previ, Petros, Funcef e OAS) e a sul-africana Acsa, com 51%, além da Infraero, com 49%, definirá em até seis meses o quadro de funcionários que vão trabalhar. Os que eventualmente não forem mantidos devem ser remanejados pela Infraero para outros aeroportos sob sua administração.

"Guarulhos é uma cidade. A expectativa é de que a circulação seja de 60 milhões de pessoas por ano ao longo da concessão", diz o diretor de Participações da Previ Marco Geovanne, sobre os diferentes negócios a serem tocados no aeroporto.

Com foco no plano para o aeroporto, os fundos que formam a Invepar devem adiar para o ano que vem a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa. "A ideia é de que até o fim de 2012 ano a Invepar já esteja preparada para um IPO. A partir daí, vai depender da janela de oportunidade (para o IPO)", explica Geovanne.

Ricardo Flores não afasta a possibilidade de criação de um veículo semelhante para investimentos no comércio varejista. Detentora de 2,07% de participação no Magazine Luiza, a Previ vem analisando minuciosamente a possibilidade de ingressar em outros empreendimentos voltados ao consumo. Atualmente, o rearranjo mais comentado no mercado de varejo envolve grupos como Pão de Açúcar e Ponto Frio, mas os diretores da Previ não adiantam se esses grupos fazem parte da lista de negócios avaliados.

Foco. Além do comércio e do setor imobiliário (com destaque para shoppings), o segmento de óleo e gás é outro que deve receber investimentos de peso do fundo. A Previ já é acionista da Sete Brasil, mas não vai participar do aumento de capital que está sendo desenhado empresa.