Título: Não fui contra o PT, fui contra a corrupção
Autor: Fadel, Evandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2012, Nacional, p. A9

Pré-candidato do PDT à Prefeitura de Curitiba, Fruet minimizou críticas que fez ao governo do petista Lula nas CPIs dos Correios e do Mensalão

Depois de fechar aliança com o PT, o pré-candidato do PDT à Prefeitura de Curitiba, Gustavo Fruet, tentou minimizar as críticas que fez ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando era deputado federal pelo PSDB e integrou as CPIs dos Correios e do Mensalão. “Não renego essa história. Mas a aliança se dá em pontos de convergência e aqui há muito mais pontos de encontro do que desencontro”, disse ontem, após a primeira reunião com o diretório municipal petista. Fruet afirmou que nunca combateu institucionalmente o PT. “Não fui contra o PT, fui contra a corrupção; o combate à corrupção não tem partido e deveria unir as pessoas”, disse. “Acredito que há legitimidade numa aliança como essa até porque, se tivesse agido de forma irresponsável, seguramente o PT jamais teria aberto diálogo.” O PT deve indicar o vice na chapa do PDT. O pedetista fez questão de acentuar que na CPI dos Correios apresentou a relação de contratos realizados pelo publicitário Marcos Valério. “Destaquei que os primeiros contratos que ele tinha no governo foram com o PSDB, do então governador Eduardo Azeredo, que era presidente nacional do partido”, disse. Segundo ele, não houve cobrança nem por essa postura nem pela crítica ao governo Lula na CPI do Mensalão.

Prévia. Nas eleições realizadas pelo PT para definição de delegados ao encontro municipal, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, havia dito que o ex- presidente Lula gostaria de ter uma conversa com Fruet, em razão das divergências que existiram no passado. “De minha parte, não há ( mal-estar)”, disse o pré-candidato. “Mas não houve nenhuma conversa e isso ainda não foi colocado na pauta.” Segundo ele, as CPIs foram benéficas, porque fizeram também com que a presidente Dilma Rousseff, à época ministra, passasse a ter “posição maior” no governo. Apesar de saber que essas questões nacionais serão reto-madas na campanha, Fruet acredita que não será isso o que pautará o debate. “Sempre vai ter um eleitor de opinião, também preocupado com a questão estadual e nacional, mas fiz uma opção e só tem sentido participar com o olhar na eleição de Curitiba”, afirmou.

Por isso, ele pretende comparar as questões envolvendo o mensalão com as que agitam a Câmara Municipal de Curitiba, em que o ex-presidente João Cláudio Derosso (PSDB) é acusa-do de fraude em licitação para agências publicitárias. “O Marcos Valério foi investigado por R$ 55 milhões com agências de publicidade e a Câmara de Vereadores tem contrato de R$ 34 milhões com duas agências. Qual a diferença? São faces da mesma moeda”, reforçou. Além de Fruet e Luciano Ducci (PSB), já se declararam pré-candidatos em Curitiba o deputado federal, Carlos Roberto Massa Júnior, o Ratinho Júnior (PSC), e Rafael Greca (PMDB).

Réu no processo, deputado petista nega mensalão

Às vésperas do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), um dos réus no processo, disse que o maior escândalo do governo Luiz Inácio Lula da Silva foi um erro cometido e já corrigido pelo PT. Em entrevista ao site Consultor Jurídico, o deputado alegou que o que houve foi “financiamento irregular de campanha” do PT e seus aliados. E, no seu entender, o processo no qual é réu é uma questão para o Código Eleitoral, e nquanto o esquema e nvolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira e políticos como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) se enquadra no Código Penal. “Não tem nenhuma prova do mensalão” , afirmou o deputado, para quem o PT cresceu com o episódio e se corrigiu. “Podemos ter errado em uma época, mas não podemos continuar no caminho errado. O problema seria permanecer no caminho errado.” / DAIENE CARDOSO