Título: Dilma volta a pedir mais investimentos
Autor: Monteiro,Tânia ; Abreu, Beatriz
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2012, Economia, p. B3

Antes dos empresários, presidente se reúne hoje com líderes no Congresso e com centrais sindicais

A presidente Dilma Rousseff terá hoje uma rodada de reuniões com líderes no Congresso, com centrais sindicais e, por fim, com líderes empresariais, para reforçar a necessidade de adoção de medidas para garantir um crescimento econômico mais forte para o País este ano. Embora o governo trabalhe com a expectativa de uma expansão de 4,5%, economistas e analistas do mercado financeiro estimam um avanço mais tímido: 3,2%.

O primeiro encontro de Dilma será com líderes governistas e partidários, que formam o Conselho Político. Em seguida, ela se reunirá com sindicalistas. No meio da tarde será a vez dos empresários. O discurso é mais uma tentativa de estimular os chefes de empresas a não desistirem de investir no País.

Sem esses investimentos, o ritmo de crescimento da economia pode mesmo confirmar as previsões mais pessimistas.

Mercado interno. Embora a situação do Brasil esteja distinta das nações europeias, um agravamento da crise na zona do euro, com mais países sendo arrastados para a recessão, força o governo brasileiro a buscar saída para o aumento da produção e do fortalecimento do mercado interno, com uma maior demanda por parte dos consumidores.

Este é o momento ideal para a presidente Dilma colocar claramente o que pretende como resultado de sua política econômica. Ela desfruta de uma elevadíssima popularidade que dá amparo à intensidade de suas posições contrárias à alta dos juros e dos spreads bancários.

No pronunciamento que fez em comemoração do Dia do Trabalho, a presidente não poupou críticas aos bancos e reforçou a necessidade de o País ter uma taxa de câmbio compatível com as condições macroeconômicas do País.

Poupança. Entre as medidas que o governo estuda, mas ainda depende de uma série de circunstâncias, está a mudança da rentabilidade da caderneta de poupança. Os estudos do governo estão concluídos e a avaliação está apenas na definição do timing para a divulgação da proposta.

Como se trata de uma matéria polêmica e que depende do apoio do Congresso para sua aprovação, o governo precisa eliminar as barreiras políticas e desconstruir o discurso da oposição de que está alterando o rendimento da poupança, como fez o ex-presidente Collor.

Paralelamente, Dilma mantém no ringue as instituições financeiras, que na avaliação da presidente podem abrir mão de parte de sua taxa de administração para baratear o custo dos empréstimos.

Apesar disso, o governo se preocupa em não desestruturar o mercado financeiro, principalmente os fundos de investimento que, com a redução dos juros, perdem atratividade.

Ainda não se percebe uma migração forte dos recursos dos fundos para a caderneta de poupança, mas uma queda mais acentuada das taxas de juros obrigará a uma redução da tributação dos fundos.

Essas questões estão sendo discutidas cuidadosamente. Como disse a presidente, "cada dia sua agonia".

A senha para novas mudanças na economia, no entanto, foi reforçada com a sinalização do Banco Central, na semana passada, de que os juros podem continuar caindo.

Como tudo o que o governo faz tem um planejamento e estratégia de ação, agora chegou a vez de o Planalto definir o passo seguinte para elevar o nível de poupança do País, para atrair novos investimentos e manter o mercado de consumo em alta, já que a conquista de mercados externos está prejudicada pelo movimento recessivo da Europa.

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