Título: Indústria do petróleo é de risco, diz diretora do Ibama
Autor: Salomon, Marta
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/05/2012, Economia, p. B10

"A indústria do petróleo é uma indústria de risco, e a sociedade parecia ter se esquecido disso", reagiu a diretora de licenciamento ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Gisela Forattini, ao que chamou de "frenesi" causado por vazamentos na Bacia de Campos.

O Ibama prepara balanço de informações sobre vazamentos, como os de Campo de Frade, em área explorada pela multinacional Chevron, que seguem sem explicação definitiva. "Acontecem inúmeros vazamentos por ano no Brasil, a grande maioria de pequena ou nenhuma relevância ambiental", completou a diretora de licenciamento.

O "incidente", segundo Forattini, já impôs aumento do rigor do Ibama na aprovação de planos de emergência apresentados pelos empreendedores. Retomado desde o vazamento no Golfo do México em 2010, o Plano Nacional de Contingência ainda não obteve aval da presidente Dilma Rousseff. A versão atual define que os grandes vazamentos, que exigirão reação mais ampla que planos individuais ou regionais de emergência, serão avaliados caso a caso.

Sobre a exploração de petróleo do pré-sal, Gisela afirmou que, por ora, as licenças não exigem a estocagem de gás carbônico no fundo do oceano. O óleo do pré-sal tem concentração maior de gás carbônico, apontam estudos. Tecnologias para a captura do carbono estão em estudo na Petrobrás e seu uso deve encarecer a produção. Por ora, o Ibama exige a compensação "parcial" das emissões extras por meio de projetos de reflorestamento ou repasse de dinheiro ao Fundo Amazônia. / M.S.