Título: Centrais sindicais defendem ataque de Dilma a bancos
Autor: Peron, Isadora; Cardoso, Daiene
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/05/2012, Economia, p. B3

Os presidentes das duas principais centrais sindicais do País , CUT e Força Sindical, defenderam ontem, nas comemorações do 1.º de Maio, o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff , feito na véspera em cadeia de r ádio e TV, quando ela atacou os bancos ao dizer que era inadmissível que as instituições privadas cobrassem os “maiores j uros do mundo”. Em discurso para mais de 50 mil pessoas, que participavam ontem da comemoração do Dia do Trabalho, o presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), elogiou o pronunciamento da presidente: “Acho que nunca um presidente do Brasil tratou de juros de uma forma tão dura como a presidente Dilma fez ontem (segunda-feira)”, afirmou Paulinho da Força, como o deputado é conhecido. Segundo ele, a diminuição da taxa de juros cobrada pelas instituições financeiras é uma reivindicação antiga das centrais sindicais e, agora, após sensibilizar Dilma sobre o tema, o próximo passo será a presidente conseguir “enquadrar” a equipe econômica, que sempre se posicionou contrária a essa decisão. “Ninguém aguenta mais comprar uma televisão e pagar três. Mas eu acho que a presidente Dilma tratou desse assunto seriamente e isso mostra que nós ganhamos a opinião dela”, afirmou.

CUT. Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse que “a presidente Dilma respondeu à nossa reunião, feita há um mês, onde colocamos que ela tinha de ter mais ousadia com o sistema financeiro”. “Ela tinha de cobrar mais a redução do spread bancário e utilizar os bancos públicos para isso”, disse o sindicalista, que participou da festa de 1.º de Maio organizada pela central, em São Paulo. O dirigente disse que a posi-ção da presidente tende a encaminhar o País para uma grande reforma tributária, onde se privilegie os geradores de emprego e se puna os “especuladores”. “Temos de continuar (com esses dis-curso) para fazer a reforma tributária e garantir que, quem quer produzir e gerar emprego, pague menos impostos, e quem quer especular, pague mais impostos. Essa é a nossa luta”, emendou.

Pressão

Na quinta-feira, em nova reunião com empresários, Dilma vai pedir que eles continuem investindo no País. Banqueiros também participarão.