Título: Alta do dólar afeta planos de viagens
Autor: Fordelone, Yolanda
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/05/2012, Economia, p. B4

O turista que já planeja as férias do meio ou fim de ano e pretende comprar dólar vai encontrar uma situação muito diferente do que viu há um ano. Em 12 meses, a moeda americana subiu mais de 18%, aproximadamente R$ 0,30. Na semana passada, ultrapassou o patamar de R$ 1,90.

A perspectiva é de estabilização nessa faixa de câmbio ou até de ligeira alta. Ou seja, para quem precisa da moeda no curto prazo o melhor é garantir a compra agora. Como investimento, especialistas dizem que o dólar só vale a pena para proteger parte da carteira de uma eventual piora do cenário.

"Se a viagem é no fim do ano, recomendaria compras parceladas, por exemplo, em seis meses", afirma o administrador de carteiras Fábio Colombo. Para viagens no curto prazo, não há muita opção: deve-se adquirir logo a moeda para evitar pequenas altas que ainda podem ocorrer.

Comprar a moeda dias antes da viagem é o que geralmente acontece, observa o diretor de câmbio do Grupo Fitta, Fabiano Rufato. "O pacote geralmente é adquirido com seis meses de antecedência mas a compra moeda é feita sempre em cima da hora. Se possível, o melhor é planejar", afirma.

Uma maior valorização do dólar, porém, não muda de forma significativa o planejamento de pessoas físicas comuns. "Em geral, ninguém compra US$ 10 mil. O ticket médio é de US$ 1.500", diz Rufato. Uma alta de R$ 0,10 representaria um prejuízo de R$ 150 para esse turista, o que não inviabilizaria uma viagem.

"Não acho que vai haver muita diferença de cotação entre hoje e daqui seis meses. Não faz sentido especular numa situação de viagem", afirma o diretor de câmbio do Banco Rendimento, Carlos Eduardo Andrade.

A forte alta do dólar nos últimos meses surpreendeu até especialistas. "A projeção para o fim do ano é da moeda a R$ 1,80, mas temos que considerar que o câmbio está sendo influenciado muito menos pelos fundamentos e mais pelas decisões do governo, vinculadas à atuação do Banco Central", diz o economista Silvio Campos Neto, da consultoria Tendências.

Este patamar de R$ 1,80 era o que o mercado acreditava ser a zona de conforto, onde o BC iria parar de fazer tantas compras diárias de dólar, para pressionar a cotação.

O governo vem atuando na desvalorização do real por causa principalmente do setor industrial, já que o dólar barato prejudica as exportações e facilita as importações.

O patamar em que a moeda irá se estabilizar é difícil de estimar, mas o fato é que especialistas dizem que o BC diminuiu as compras depois que o dólar passou a oscilar entre R$ 1,90 e R$ 1,93. "A atuação do governo influencia, mas também há fatores internacionais e o fato de que a perspectiva para o Brasil piorou. O crescimento tem vindo pior do que o esperado", diz o economista e professor do Insper, José Luiz Rossi Júnior. Ele acredita que o dólar deverá oscilar entre R$ 1,80 e R$ 2,00 nos próximos meses.

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