Título: Mudança nas regras não provocou corrida à poupança
Autor: Cucolo, Eduardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/05/2012, Economia, p. B5

Dados do Banco Central mostram pequena queda no volume de saques e depósitos na caderneta de poupança em abril na comparação com março. Pelo menos até segunda-feira, dia 30, não houve corrida para colocar ou retirar dinheiro por causa das mudanças que entraram em vigor no fim da semana passada e que estavam em discussão desde o fim do ano passado.

Os depósitos na caderneta superaram os saques em R$ 1,98 bilhão em abril, segundo o BC. Embora seja o maior resultado para meses de abril desde 2007, houve queda de 22% em relação a março. A captação do mês passado é a diferença entre depósitos de R$ 96,2 bilhões e saques de R$ 94,2 bilhões, números que estão abaixo também do verificado no mesmo período de 2011.

O BC divulgou ainda os dados diários de movimentação até o fim de abril, que estão dentro da média histórica. Ainda nesta semana serão conhecidos os números sobre o movimento dos poupadores no início de maio.

Na quinta-feira, o governo anunciou que os depósitos feitos até aquele dia continuam seguindo a regra de remuneração de 0,5% ao mês mais TR (taxa referencial, hoje próxima de zero). O dinheiro depositado a partir de sexta-feira, no entanto, segue outra regra. Será corrigido em 0,5% mais TR ao mês enquanto a taxa básica de juros (Selic) estiver acima de 8,5% ao ano. Se o juro chegar neste nível ou abaixo disso, os novos depósitos serão remunerados pelo equivalente a 70% da Selic mais TR. Hoje, a taxa básica está em 9% ao ano, mas a expectativa do mercado financeiro é de novos cortes.

Acumulado. Até 30 de abril, a poupança acumulava saldo de R$ 433,3 bilhões, que é o total depositado nas contas dos cerca de 98 milhões de brasileiros que têm esse tipo de aplicação. Esse saldo segue a regra antiga de correção até que os poupadores decidam sacar, por iniciativa própria, o dinheiro.

No acumulado do ano, a captação da poupança está positiva em R$ 4,1 bilhões, mais que o dobro do verificado no mesmo período de 2011, mas abaixo do registrado no primeiro quadrimestre de 2010 (R$ 5,9 bilhões).